quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


Natal: tempo de presépios

Tempo rico em gestos de fraternidade e
convites de solidariedade

Certos sinais são importantes para fecundar o sentido que sustenta a vida. Vivemos um tempo especial. O Natal é rico em sinais, com uma força que vem da beleza, dos gestos de fraternidade e dos convites para compromissos de solidariedade. De novo, neste tempo, as praças atrairão multidões pela singularidade de sua ornamentação, com iluminações criativas, muita gente, novidades, festa.

As casas também são enfeitadas. Lojas e shopping centers recebem especial tratamento de beleza. Papai Noel ganha um destaque fora do comum, um realce que merece preocupação. O que acontece quando crianças entendem o Natal apenas como tempo de Papai Noel? O perigo se manifesta quando o sentido dessa figura [Papai Noel] se reduz ao interesse de ganhar um presente.

O sonho de ser presenteado pelo velhinho encantado é também um sinal que possui força de evocações. Mas esse sinal terno do Papai Noel não remete, pelo menos de forma mais direta, às raízes do sentido do Natal. Mais importante que entender que é tempo de ganhar presente, até com riscos de alimentar alguma mesquinhez, o que vale é aprender a lição de que o bom velhinho nasceu da tradição narrada a respeito de São Nicolau, bispo de Mira, na Lícia, hoje parte da Turquia.

O destinatário mais importante dos presentes era o mais pobre, aquele que também tinha o direito de experimentar alegrias, nascidas de gestos de solidariedade. Pode-se imaginar a revolução de valores que viveríamos caso fosse resgatado esse entendimento de Papai Noel. O Natal não seria tempo de se receber presentes, mas de oferecer e repartir mais. Nesta direção está o horizonte largo e de inesgotável riqueza presente no sinal mais importante deste tempo: o presépio.

As lições do presépio, entendidas e praticadas, ajudam a livrar, homens e mulheres, dos caminhos que estão desfigurando a sociedade. São ensinamentos que precisam ser resgatados nas praças, nas igrejas, nas casas e em todo lugar. A tradição dos presépios nasce em 1223, quando, depois da aprovação da Regra dos Frades Menores, São Francisco de Assis foi para o eremitério de Greccio (Itália), com o propósito de ali celebrar o Natal do Senhor. O santo italiano disse a alguém que queria ver, com os olhos do corpo, como o Menino Jesus, escolhendo a humilhação, foi deitado numa manjedoura. Assim, entre o boi e o jumento, foi celebrada a Santa Missa de Natal, ainda sem estátuas e pinturas. Esse acontecimento foi a inspiração para, mais tarde, o Natal ser representado por meio do presépio, que simboliza a Encarnação de Jesus Cristo, o Verbo de Deus. A retratação do amor misericordioso de Deus na Encarnação do Filho Amado, o Redentor, no presépio, faz desta arte, nas mais diversas modalidades e com a inteligência de criatividades interpelantes, um ensinamento da mais alta importância. O presépio se torna assim um patrimônio da cultura e da fé popular. Esta retratação remete, pois, ao núcleo mais genuíno do sentido autêntico do Natal. O presépio, pela arte e pela beleza, mesmo pela simplicidade e pobreza, tem força para propagar o Evangelho com um entusiasmo singular, capaz de atrair toda atenção para Jesus, a Pessoa que é a razão insubstituível das festas natalinas.

A arte do presépio, de miniaturas a imagens em tamanho normal, com a riqueza dos personagens, da singeleza nobre das figuras de José e Maria venerando o Menino Deus, pode e deve tocar os corações. A celebração do Natal se torna consequentemente uma festa da interioridade sem eliminar, absolutamente, o que luzes, sons e enfeites significam na beleza amorosa deste tempo. Não se pode abrir mão do presépio, sinal que remete a Cristo.

Jesus deve ser e estar no centro do Natal, sem prescindir de tantas outras coisas que compõem e dão graça especial a este tempo. Vale recuperar e investir na armação de presépios, nas casas, nas igrejas e nos lugares públicos. Uma oportunidade para os pais exercerem a catequese dos filhos, reavivando no próprio coração as lições insubstituíveis aprendidas com Cristo. Assim, o tempo do Natal, respeitando seu genuíno sentido, torna-se época especial de aproximação. Passa-se a viver um encontro que transforma corações e superam-se descompassos como a corrupção e a mesquinhez de ter só para si. O presépio ajuda a dar estatura a quem só tem tamanho, fazendo brotar a sabedoria emoldurada por serenidade, um presente para quem contempla esse sinal e aprende o sentido de sua lição.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Advento, a realização e confirmação da Aliança

É uma trajetória que
passa pela fidelidade a
Deus e ao próximo

Começamos novo Ano Litúrgico e um novo ciclo da liturgia com o Advento, tempo de preparação para o nascimento de Jesus Cristo no Natal. É hora de renovação das esperanças, com a advertência do próprio Cristo, quando diz: “Vigiai!”, para não sermos surpreendidos.

A chegada do Natal, preparado pelo ciclo do Advento, é a realização e confirmação da Aliança anunciada no passado pelos profetas. É a Aliança do amor realizada plenamente em Jesus Cristo e na vida de todos aqueles que praticam a justiça e confiam na Palavra de Deus.

Estamos em tempo de educação de nossa fé, quando Deus se apresenta como oleiro, que trabalha o barro, dando a ele formas diversas. Nós somos como argila, que deve ser transformada conforme a vontade do oleiro. É a ação de Deus em nossa vida, transformando-a de Seu jeito.

Neste caminho de mudanças, Deus nos deu diversos dons conforme as possibilidades de cada um. E somos conduzidos pelas exigências da Palavra de Deus. É uma trajetória que passa pela fidelidade ao Todo-poderoso e ao próximo, porque ninguém ama a Deus não amando também o seu irmão.


O Advento é convocação para a vigilância. A vida pode ser cheia de surpresas e a morte chegar quando não esperamos. Por isso é muito importante estar diuturnamente acordado e preparado, conseguindo distanciar-se das propostas de um mundo totalmente afastado de Deus.

Outro fato é não desanimar diante dos tipos de dificuldades e de motivações que aparecem diante nós. Estamos numa cultura de disputa por poder, de ocupar os primeiros lugares sem ser vigilantes na prestação de serviço. Quem serve, disse Jesus, é “servo vigilante”.

Confiar significa ter a sensação de não estar abandonado por Deus. Com isso, no Advento vamos sendo moldados para acolher Jesus no Natal como verdadeiro Deus. Aquele que nos convoca a abandonar o egoísmo e seguir Jesus Cristo.

Preparar-se para o Natal já é ter a sensação das festas de fim de ano. Não sejamos enganados pelas propostas atraentes do consumismo. O foco principal é Jesus Cristo como ação divina em todo o mundo.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Projeto Criança Feliz



Pelo 4°ano consecutivo os jovens da Paróquia Santana na Diocese de São Miguel Paulista,realizaram esta bela festa em comemoração ao dia das crianças.

Tivemos presente cerca de 40 crianças que puderam participar de brincadeiras e atividades e também não poderia faltar diversos doces e lanches,também tivemos a presença de seus pais e responsáveis.

Ao final da festa o grupo de jovens realizou uma peça teatral encenando o encontro dos pescadores da imagem de Nossa Senhora Aparecida,momento belo de evangelização das crianças após o término da peça no encerramento foi entregue presentes as crianças do projeto.

No próximo ano se Deus se quiser e com as bênçãos da mãe Aparecida queremos atingir mais crianças e proporcionar este momento de alegria com elas que são o futuro da Humanidade e da Igreja.

Mais fotos acesse:http://migre.me/5Ugli

Anderson Ricardo

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cada cristão é um missionário


Ninguém acende uma luz -
diz o Evangelho -
para escondê-la

Quantos planos bonitos e projetos brilhantes hão fracassado ao longo da historia por falta de homens e de ombros! Para a evangelização e transformação do mundo, Deus necessita dos homens.
Necessita instrumentos convencidos, comprometidos e dispostos a dar tudo. Muitos textos bíblicos nos falam daqueles que Deus escolheu.
O povo judeu é para Deus “um reino de sacerdotes e uma nação santa”. É o povo eleito e preferido por Deus entre todos os povos da terra, para levar adiante seus planos.

Dons são tarefas. Jesus chama aos seus apóstolos e lhes entrega sua primeira missão. Devem anunciar a grande notícia da proximidade do reino; e isso não só por meio de palavra, se não também com sinais e ações concretas. Porque quando Deus elege é para dar uma missão.
Dons são tarefas. Por isso, o Senhor envia aos apóstolos e lhes confia uma tarefa. E como os doze, toda a Igreja é uma Igreja apostólica e missionária.
A Igreja não vive para si mesma, se não para ser luz do mundo, para servir a humanidade inteira, para salvar a todos os povos. Também todos nós somos enviados.
Cada cristão é um missionário. Esse tesouro imenso que recebemos - a luz de Cristo e de seu Evangelho – é para comunicá-lo a todos os homens. Como o Senhor nos indica cada cristão deve converter-se em “sal da terra”, em “luz do mundo” e em “fermento da massa”.

Não nos encerremos. Com efeito, Deus não criou a Igreja para ser uma espécie de “clube seleto” de almas privilegiadas, as que se permite acesso a certos dons reservados. NÃO.
Desde um princípio, Deus há amado a todos os homens e há querido que todos cheguem a seu coração de pai. E por isso criou a Igreja ao serviço de toda a humanidade, como instrumento e mensageira da Boa Nova de seu amor.
Os cristãos somos sem dúvida os prediletos de Deus, porque havemos podido conhecer primeiro seu Evangelho. Mas nosso privilégio é o de servir: de levar a todos os homens aqueles dons que para todos estão destinados: para que o Evangelho converta-se em luz do mundo; e para que penetre não só os corações humanos, se não também a vida da sociedade e sua cultura. O Evangelho deve assim fermentar o mundo inteiro para Cristo.

Deve vencer e sanear com sua luz tudo o que haja de trevas e pecado nele. Deve construir pouco a pouco essa grande comunhão de amor que Deus deseja com todo o gênero humano: para que todos os homens cheguem a ser filhos seus e irmãos em Cristo.
Recebemos uma luz em nosso batismo. Por isso, a Igreja não é uma ilha, uma família encerrada em si mesma, para gozar do amor que une seus membros.

A ela pertencemos para levar sua luz a todos os homens, para iluminar o caminho de todos rumo a Cristo. Os cristãos não podem permanecer enclausurados em suas comunidades ou movimentos. Estes devem ser não só seu lar e laboratório de formação, se não também seu lugar de envio. O lugar desde o qual partimos rumo aos homens, para iluminar com a luz do evangelho os problemas, as alegrias e as esperanças de suas famílias, de seus bairros, de suas escolas, fábricas ou escritórios.

“Ninguém acende uma luz - diz o Evangelho - para escondê-la debaixo de um recipiente, se não para colocá-la sobre um castiçal para que ilumine toda a casa”. No dia de nosso Batismo, todos nós recebemos uma luz - símbolo da missão da Igreja - que a partir desse momento se convertia em missão pessoal de cada um.

Padre Nicolás Schwizer
Movimento apostólico Shoenstatt

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Cruz da JMJ Será recebida na Diocese de São Miguel Paulista

A cruz da Jornada Mundial da Juventude e o Ícone de Nossa Senhora será recebida pela Diocese de São Miguel Paulista no próximo dia 24 de setembro, sábado, e terá a seguinte programação:

24/09 – 12h00 – Celebração de acolhida na escadaria da Catedral de

São Miguel Arcanjo.
Animação: Banda Alegrai-vos;

14h00 – Oração e Adoração da Cruz através da meditação,

silêncio e reflexão do Evangelho,

Responsável: Taizé;

16h30 – Rosário luminoso, com testemunhos de jovens;

21h30 - Missa presidida por Dom Manuel Parrado Carral.

Animação: Banda Nova Expressão de Louvor;

25/09 - 00h30 - Vigília de Louvor

9h00 - Missa de despedida presidida por Dom Fernando

Legal. Na seqüência, seguirá para a Diocese de

Mogi das Cruzes.

Observação: No dia 24 à noite, os portões da Catedral, por segurança, serão fechados às 22h00.

Leia breve explicação sobre a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora que acompanham as Jornadas Mundiais da Juventude

A Cruz

Uma cruz de madeira de 3,8 metros foi construída e colocada como símbolo da fé católica, perto do altar principal na Basílica de São Pedro, durante a Semana Santa de 1983 até a Semana Santa de 1984. O Beato Papa João Paulo II deu essa cruz à juventude, sendo recebida pelos jovens do Centro Juvenil Internacional São Lourenço, em Roma.

"Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção", disse o Papa João Paulo II.

Desde 1984, a Cruz da JMJ peregrinou pelo mundo estando presente nas celebrações da Jornada Mundial da Juventude.

O Ícone de Nossa Senhora

Em 2003, na 18ª Jornada Mundial da Juventude, o Beato Papa João Paulo II presenteou os jovens com um segundo símbolo de fé para ser levado pelo mundo, acompanhando a Cruz: o Ícone de Nossa Senhora, uma cópia contemporânea de um antigo e sagrado ícone encontrado na primeira e maior basílica para Maria a Mãe de Deus, no Ocidente, Santa Maria Maior.

"Hoje eu confio a vocês o Ícone de Maria. De agora em diante, ele vai acompanhar as Jornadas Mundiais da Juventude, junto com a Cruz. Contemplem a sua Mãe! Ele será um sinal da presença materna de Maria próxima aos jovens que são chamados, como o Apóstolo João, a acolhê-la em suas vidas", disse o Papa.

Crédito da foto: jovensconectados.com.br

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Formar consciência crítica


O papel evangelizador da
Igreja é despertar as pessoas



Uma das grandes preocupações da Igreja, no seu papel de evangelizar, é despertar nas pessoas, principalmente cristãs, a capacidade de olhar e agir de forma livre e consciente. Nos momentos de decisão, muitos têm sido manipulados, comprados e vendidos, prejudicando a sociedade.

Tendo em vista essa realidade, a Pastoral Fé e Política e as entidades organizadas devem criar espaço de discussão, de debates, de troca de experiências e manifestação de compromisso em âmbito de comunidade. Assim, ajudarão a identificar verdadeiras e autênticas lideranças que poderão ter o apoio de todos.

Na verdade, não podemos continuar como está. Estamos preocupados com os legislativos municipais em toda a região; com o nível de suas autoridades. Elas, em muitos casos, não correspondem à pujança dos municípios. Com isso vemos o privilégio de pessoas e grupos prejudicando a coletividade. Podemos até sentir que os “maus” políticos ficam “abusando” do brio do povo.
Cada dia que passa as coisas ficam piores. O nível, em vez de melhorar, vai caindo vertiginosamente. É lamentável que isso aconteça. Ficamos nos perguntando: onde estão as nossas boas lideranças? Elas não existem mais, ou existem e se escondem na omissão. Elas devem ser acordadas ainda em tempo!

A história passa e urge atitudes concretas de quem está vendo tudo isso. As próximas eleições municipais não demoram a chegar. Será momento de votar de novo. Será que vamos nos deixar levar pelos mesmos erros? É hora de acordar.
A Lei N. 9840, contra a corrupção eleitoral, trouxe alguns relevantes resultados positivos. Pelo menos fez com que candidatos e eleitores agissem com mais cuidado e até diminuindo o nível de corrupção. Apesar dos bons resultados, a Lei não atingiu o auge de seus objetivos. Isso depende da atuação de todos nós.

Agora temos a Lei da Ficha Limpa. É mais um instrumento de ação popular que poderá ser burlada pelas lideranças mal-intencionadas. Mas isso não vai acontecer se deixarmos clara a nossa disposição de fiscalizar. Esse instrumento é mais um dado de esperança do povo no sentido de passar a limpo a identidade dos nossos políticos, cobrando deles autenticidade.
Como temos sentido, a melhoria do processo eleitoral e político depende da ação popular. O povo precisa estudar e discutir política com seriedade, não se deixando manipular no momento de ir às urnas. A consciência livre revela a voz de Deus presente nas pessoas.

Alguns dados são importantes. Entre eles está a formação da consciência crítica, da formação política, que é conseguida por intermédio dos espaços formativos. Consciência tal em que a pessoa não venda a própria liberdade e sua capacidade de decisão.

Por isso são importantes os fóruns de discussão, de estudo e de formação de critérios. Não basta, apenas, esta preocupação. Temos de identificar candidatos em quem realmente podemos confiar. Não só isso, mas também acompanhá-los em sua gestão.

Não estamos em ano eleitoral, mas o trabalho formativo não pode ficar para os últimos momentos. As verdadeiras escolhas devem começar cedo, com bastante antecedência, para assim errarmos menos.

Enfim, não podemos continuar apáticos politicamente. Isso vem acontecendo ultimamente entre nós. Não nos deixemos influenciar por maus políticos. Vamos trabalhar para fazer jus à esperança que ainda nos resta.


Dom Paulo Mendes Peixoto

Bispo de São José do Rio Preto




terça-feira, 30 de agosto de 2011

Podemos venerar as imagens dos santos?


As imagens nos lembram
aqueles que elas
representam

Desde os primeiros séculos os cristãos pintaram e esculpiram imagens de Jesus, de Nossa Senhora, dos santos e dos anjos, não para adorá-las, mas para venerá-las. As catacumbas e as igrejas de Roma, dos primeiros séculos, são testemunhas disso. Só para citar um exemplo, podemos mencionar aqui o fragmento de um afresco da catacumba de Priscila, em Roma, do início do século III. É a mais antiga imagem da Santíssima Virgem. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) traz uma cópia dessa imagem (Ed. de bolso, Ed. Loyola, pag.19).

É o caso de se perguntar, então: Será que foram eles "idólatras" por cultuarem essas imagens? É claro que não. Eles foram santos, mártires, derramaram, muitos deles, o sangue em testemunho da fé. Seria blasfêmia acusar os primeiros mártires da fé de idólatras. O Concílio de Nicéia II, em 787, declarou:

"Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos" (Catecismo da Igreja Católica, nº 1161).

Deus nunca nos proibiu de fazer imagens, e sim “ídolos”, deuses, para adorar. O povo de Deus vivia na terra de Canaã, cercado de povos pagãos que adoravam ídolos em forma de imagens (Baals, Moloc, etc). Era isso que Deus proibia terminantemente. A prova disso é que o Altíssimo ordenou a Moisés que fabricassem imagens de dois querubins e que também pintassem as suas imagens nas cortinas do Tabernáculo. Os querubins foram colocados sobre a Arca da Aliança. Confiar essas passagens: Ex. 25,18s, Ex 37,7; Ex. 26,1.31; 1 Rs. 6,23; I Rs 7,29; 2 Cr. 3,10.

Da mesma forma, Deus Pai mandou que, no deserto, Moisés fizesse a imagem de uma serpente de bronze (cf. Nm 21, 8-9), que prefigurava Jesus pregado na cruz (cf. Jo 3,14). Que fique claro, Deus nunca proibiu imagens, e sim, "fabricar imagens de deuses falsos". Mas isso os cristãos nunca fizeram porque a Igreja nunca permitiu. As imagens sempre foram, em todos os tempos, um testemunho da fé. Para muitos que não sabiam ler, as belas imagens e esculturas foram como que o Evangelho pintado nas paredes ou reproduzido nas esculturas. Vitor Hugo dizia que as igrejas eram “Bíblias de pedra”. As imagens nos lembram que aqueles que elas representam chegaram à santidade por graça e obra do próprio Deus, são exemplos a serem seguidos e diante de Deus intercedem por nós.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

domingo, 7 de agosto de 2011

Religiosidade popular

A fé do nosso povo está marcada fortemente pela religiosidade popular, a que o Santo Padre Bento XVI chama de “precioso tesouro da Igreja Católica”. Na sessão inaugural da Conferência de Aparecida, a 13 de maio de 2007, afirmou: “Esta religiosidade expressa-se também na devoção aos Santos com as suas festas patronais, no amor ao Papa e aos demais Pastores, no amor à Igreja universal como grande família de Deus que nunca pode, nem deve, deixar abandonados ou na miséria os seus próprios filhos. Tudo isto forma o grande mosaico da religiosidade popular que é o precioso tesouro da Igreja Católica na América Latina, e que ela deve proteger, promover e, naquilo que for necessário, também purificar”.

Sobre essa matéria, a História eclesiástica nos dá importantes lições: comemorações judaicas e pagãs e sua relação com o Ano Litúrgico; os sofrimentos em decorrência da heresia dos iconoclastas; o papel de certos símbolos na psicologia do povo. Além disso, já nos primeiros séculos observou-se no culto cristão um aproveitamento das formas de piedade privada, integradas pela Igreja.

Grandes eventos, que hoje celebramos, surgiram das festividades israelitas e do paganismo. Em vez de destruir, os primeiros cristãos substituíam adaptando ao Evangelho, os elementos válidos ali subjacentes.

As primitivas comunidades tinham suas raízes no calendário hebreu. Assim do qüinquagésimo dia, a “Festa das Semanas”, vem a fixação do dia de Pentecostes. O mesmo processo ocorre quanto às outras religiões existentes. A data ocupava o lugar da efeméride, preservando o que havia de verdadeiro e aproveitável no costume reinante.

No Brasil, respeitou-se a mesma pedagogia. Foi ela usada pelos missionários que utilizaram certas cerimônias rituais indígenas ou africanas, dando-lhes sentido cristão. Não se tratava absolutamente de sincretismo, mas de um novo conteúdo verdadeiro, isento de erro, sob uma roupagem aceitável na visão cristã. Os nativos e escravos não possuíam um credo orgânico e rigorosamente explicitado. Ele era, na verdade, uma manifestação, mesmo restrita, da religião natural. Ora, este é o alicerce da própria Revelação.

Essas considerações ajudam a descobrir a importância de certas práticas, hoje em dia, para a evangelização. Desprezá-las é cometer um grave erro pastoral.

No início do período pós-conciliar, o entusiasmo pela purificação de elementos introduzidos no decorrer dos séculos, levou alguns a combaterem exatamente o elo que ainda conservava, no seio da comunidade cristã, os fracos, os pequenos na fé. Deu-se um grande destaque ao concernente à inteligência, em prejuízo de usos que, mesmo falhos, falavam mais ao coração. Na aridez a planta fenece. E, então, muitos foram buscar, em doutrinas espúrias, o que lhes faltava na comunidade eclesial, embora continuassem a se declarar católicos. Imagens foram retiradas, tentaram liquidar as associações dos fiéis: Cruzadas, Filhas de Maria, Apostolado da Oração etc. E o que era apresentado como substitutivo não satisfazia às aspirações de nossa gente. Isso faz-nos lembrar o tempo dos iconoclastas.

No entanto, muitos desses costumes, que às vezes foram olhados com certo desprezo, possuem na realidade, autêntico valor teológico. Alguns apenas estão acobertados por uma roupagem que lhes dão um aspecto negativo e esconde a beleza existente, a verdade evangélica. A Exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi”, nº 48, contém valiosas e oportunas diretrizes.

Tomemos alguns exemplos: na devoção às almas, o culto dos mortos, há em seu âmago o que proclamamos no Credo: “Creio na comunhão dos santos”. Existe uma comunicação no sentido verdadeiro entre a Igreja militante, padecente e triunfante. Nós invocamos os santos. Aos falecidos, privadamente, podemos em sã doutrina, solicitar a intercessão junto ao único mediador, o Cristo. Com a Cabeça do Corpo Místico, todos nos comunicamos por seu Espírito: o sangue Redentor alimenta os que estão no céu, na terra e no purgatório. Quem poderá negar a atualidade das missas de exéquias se a própria Liturgia as inclui em sua Instrução Geral do Missal Romano? Com os mortos relaciona-se o uso das velas. Acendê-las é, em si, um ato religioso. Em vez de deixá-lo fácil presa da superstição, demos-lhe uma configuração católica verdadeira. Combater seu uso em lugares impróprios, sim.

CARD. D. EUGÊNIO SALES

Fonte: Site da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

sábado, 30 de julho de 2011

Ninguém pode ser feliz se não for amado

Amar é construir alguém querido

O amor gera a vida; o egoísmo produz a morte. A psicologia mostra hoje, com toda clareza, que as graves perversões morais têm quase sempre como causa principal uma "frustração amorosa".

Os jovens se encaminham para as drogas, para o sexo vazio, para o alcoolismo e para tantas violências, porque são carentes de amor, 'desnutridos' de amor. A pior anemia é a do amor. Leva à morte do espírito. Ninguém pode ser feliz se não for amado, se não fizer uma experiência de amor. Se isso é importante na infância e na adolescência, também na vida conjugal isso é verdade. E esse "amor conjugal" começa a ser aprendido e treinado no namoro. Na longa viagem da vida conjugal, que começa no namoro, você precisa levar a bagagem do amor. Você amará de verdade o seu namorado não só porque ele é simpático, bonito ou porque é um atleta, mas porque você quer o bem dele e quer ajudá-lo a ser ainda melhor, com a sua ajuda.

Muitas vezes, você quis e procurou uma namorada perfeita, ou um rapaz ideal, mas saiba que isso não existe. A primeira exigência do amor é aceitar o outro como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos. Só assim você poderá ajudá-lo a crescer, amando-o como ele é. Alguém já disse que o amor é mais forte do que a morte e capaz de remover montanhas.

O amor tem uma força misteriosa; quando você ama o outro gratuitamente, sem cobrar nada em troca, você desperta-o para si mesmo, revela-o a si mesmo, dá-lhe ânimo e vida, "ressuscita-o". É com a chama de uma vela que você acende outra. Da mesma forma é com a doação da sua vida que você faz a vida do outro reviver. Desde o namoro você precisa saber que"amar não é querer alguém construído, mas construir alguém querido". É claro que um casal se aproxima pelo coração, mas cresce pelo amor, que transcende os sentimentos e se enraíza na razão.

Todo relacionamento humano só terá sentido se implicar no crescimento dos envolvidos. De modo especial no namoro e no casamento isso é fundamental. A ordem de Deus ao casal é esta: "crescei". Deus não nos dá uma "ajuda adequada" (cf. Gên 2, 18) para "curtirmos a vida" a dois; mas para crescermos a dois. Isso vale desde o namoro. E o que faz crescer é o "fermento" do amor.

São Paulo expressou as exigências do verdadeiro amor melhor do que ninguém: "O amor é paciente, O amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, Não se irrita, Não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, Mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa. Tudo crê, Tudo espera, Tudo suporta. O amor jamais acabará" (I Cor 13, 4-7).

Medite um pouco sobre cada linha deste hino do amor e pergunte a si mesmo se você está vivendo isso no seu namoro.

Desde o namoro é preciso ter em mente que a beleza do amor está exatamente na construção da pessoa amada. É uma missão para gente madura, com grandeza de alma. Construir uma pessoa é educá-la em todos os aspectos, e isso é uma obra do coração.

O amor tudo suporta, tudo crê, tudo espera; o amor não passa jamais.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

terça-feira, 26 de julho de 2011

São Joaquim e Sant'Ana

Com alegria celebramos hoje a memória dos pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Sant'Ana.

Em hebraico, Ana exprime "graça" e Joaquim equivale a "Javé prepara ou fortalece".

Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida destes que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os Santos Padres e a Tradição testemunham que São Joaquim e Sant'Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora.

Sant'Ana teria nascido em Belém. São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. Mas, apesar de enfrentarem esta dificuldade, viviam uma vida de fé e de temor a Deus.

O Senhor então os abençoou com o nascimento da Virgem Maria e, também segundo uma antiga tradição, São Joaquim e Sant'Ana já eram de idade avançada quando receberam esta graça.

A menina Maria foi levada mais tarde pelos pais Joaquim e Ana para o Templo, onde foi educada, ficando aí até ao tempo do noivado com São José. A data do nascimento e morte de ambos não possuímos, mas sabemos que vivem no coração da Igreja e nesta são cultuados desde o século VI.


São Joaquim e Sant'Ana, rogai por nós!

sábado, 23 de julho de 2011

Dom Angélico preside Missa da Novena da Padroeira

Na noite de ontem esteve presente em solene celebração Eucarística junto de nosso pároco, Dom Angélico Sandalo Bernardino bispo emérito de Blumenau em SC, e membro da Subcomissão para os Bispos Eméritos da CNBB.
Dom Angélico foi
vigário Episcopal da região São Miguel quando da criação da Paróquia Santana há 25 anos atrás e muito colaborou com sua criação inclusive fazendo doação para a recente paróquia, foi um momento de grande alegria a todos os paroquianos receber tão ilustre visita em nossa novena, ao final da celebração nossa irmã de paróquia Alessandrina recordou alguns fatos ocorridos naquele tempo, momento este de grande alegria Dom Angélico disse "mexeram com o coração do velho", ao final da Santa Missa nos abençoou com a bênção da família e também a todas as famílias presentes.

Anderson Ricardo
@andersontwiter

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Festa da Padroeira 2011 - Jubileu de Prata 25 Anos



Neste ano de 2011 a Paróquia Sant'Ana localizada na zona leste da capital paulista no bairro da Cidade Nova São Miguel na Diocese de São Miguel Paulista celebra seus 25 anos de criação, e se prepara para comemorar seu Jubileu de Prata, momento onde todos os paroquianos estarão reunidos em torno do Altar do Senhor e seu paróco Pe.Josmar agradecendo a todos que trabalharam e continuam se doando em prol da Evagelização que é Urgente em nossos dias, desde já a Comunidade Theotokos se une a todos e convida a nossos visitantes a participarem da Novena e demais atividades, em anexo a novena teremos alguns eventos em prol da construção da nova paróquia abaixo segue informações.

Dia 9 - Baile dos Anos Dourados apartir das 20:00h
Dia 16 - Bingo com pizza apartir das 17:00h
Dias 23 e 24 - Quermesse apartir das 18:00h

Apartir do dia 18/07 estaremos postando mais noticias sobre o novenário e a festa não percam.

Todos estes eventos serão realizados no salão paroquial ao lado da paróquia.


Anderson Ricardo
@andersontwiter



O Perdão !


Perdoar passa pelo coração e
depois pela inteligência


O perdão começa sempre em nosso coração. Passa depois pela nossa inteligência. É uma decisão! Depois de concebido no coração e gestado no pensamento, ele [perdão] ganha vida por uma decisão irreversível e explícita. Enquanto não perdoamos, perpetuamos a falsa ideia de que a vingança e o ódio podem ser remédios para curar nossa dor, a vingança parece ser mais justa do que o perdão. Mas é só na hora. A longo prazo suas consequências serão terríveis e cruéis.


O perdão afeta o presente e o futuro, mas não pode mexer no passado. Não adianta nada querer sonhar com o passado melhor ou diferente. O passado foi o que foi. Não há o que fazer para mudá-lo. Podemos e devemos assimilá-lo e aprender o que ele tem a nos ensinar. Mais do que isso é impossível.

A esperança por um passado melhor é uma ilusão do encardido [demônio]. Ele é o grande especialista em passado. Jesus, ao contrário, nunca fez nenhuma pergunta sobre o passado de nunhuma pessoa. Ele nunca fez uma regressão ao passado com ninguém. Nem mesmo com aqueles que tinham sérios problemas afetivos e até sexuais. Parece estranho que o Senhor não tenha realizado uma sessão de cura interior das etapas cronológicas com Maria Madalena, Maria de Betânia, a Samaritana, Zaqueu, Pedro, Tiago e João, Judas e tantos outros que, por suas atitudes, demonstraram carregar sérios problemas oriundos da infância e mesmo na gestação.

Cristo não retomava o passado porque sabia que a única coisa que podemos fazer em relação ao passado é enxergá-lo de um jeito novo e aprender com o que ele tem a nos ensinar. Mas isso se faz vivendo intensamente o presente e projetando o futuro. Jesus foi o grande mestre do perdão. Ele nos mostra que o perdão não acontece de uma hora para outra e nem pode ser uma tentativa de abafar ou simplesmente ignorar essa dor. O perdão é um processo profundo, repetido tantas vezes quantas forem necessárias no nosso íntimo. A pressa é inimiga do perdão!

O perdão nos ensina a nos relacionar, de modo maduro, com o passado. Não é um puro esquecimento dos fatos, nem sua condenação. Não é a colocação de panos quentes e muito menos a tentativa de amenizar os acontecimentos. Perdoar é ser realista o suficiente para começar a ver o passado com os olhos do presente, voltados para o futuro.

Quem não perdoa não consegue se libertar das garras, interiores e exteriores, daquele que o machucou. Mesmo que seja necessário se afastar, temporária ou definitivamente, dessa pessoa, só podemos fazê-lo num clima de perdão.

Antes de colocar para fora do nosso coração alguém que nos machucou é preciso perdoá-lo. Sem perdão, essa pessoa vai permanecer ocupando um espaço precioso de nossa vida e continuará tendo um poder terrível sobre nós.

Do livro "Gotas de cura interior".

Padre Leo, SCJ

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O espírito da aliança matrimonial


Amar é viver centrado no
'tu' e não no 'eu'

Doar-se: A aliança matrimonial é uma entrega, uma doação. Não é pedir em primeiro lugar, senão dar-se. E este é o primeiro sentido da aliança matrimonial: eu me doo como marido, como esposa e recebo como resposta a doação de meu cônjuge. Em relação com a Virgem Maria é uma entrega filial; na vida matrimonial é uma entrega esponsalícia. Essa entrega esponsalícia é uma superação radical do egoísmo.

Amar é viver centrado no TU e não no EU. Se um diz: "Eu te quero", pode significar duas coisas distintas. Se há verdadeiro amor significa: "Eu te quero para fazer-te feliz", do contrário significa: "Eu te quero para que me faças feliz".

Amar com autenticidade não é renunciar à própria felicidade, mas descobrir que minha felicidade maior é viver para fazer feliz ao outro. É a felicidade de Deus: Deus é feliz porque está sempre se doando às outras pessoas da Santíssima Trindade e a nós.
E o homem está chamado a encontrar uma felicidade semelhante à de Deus, que é a felicidade de se doar e se regalar aos demais.

Amar é estar sempre para o tu, só para o tu. Pertencer-se (consagrar-se).

A aliança matrimonial nos pede uma entrega total, não uma entrega parcial. É uma entrega de todo seu ser e para sempre.
E este espírito deve animar-nos matrimonialmente: uma entrega total e permanente. Isso cria em nós uma consciência de pertencer e de consagração. Nossa vida está consagrada a alguém e desde esse momento já não pode haver solidão. Essa consciência de consagração, de que eu não me pertenço, mas que pertenço à outra pessoa, isso é o que nos pede nossa aliança matrimonial: pertenço ao cônjuge, agora e para sempre.

Não somente queremos caminhar juntos, compartilhar toda a vida, fazer-nos responsáveis um pelo outro, mas existe também um direito mútuo. O outro tem direito a meu amor, meu apoio, meu tempo, tem direito a que eu lute para alcançar sua realização pessoal, sua felicidade, sua santidade.

Essa consciência de consagração, que nos dá a aliança matrimonial, deveria ser tão forte como a que tem um sacerdote ou uma religiosa que se consagraram a Deus. E assim como o sacerdote ou a pessoa consagrada usa um distintivo externo - um hábito, uma cruz - que lembra esse caráter de pertencer a alguém, da mesma forma também os esposos têm esse distintivo.

Este é o sentido de nosso anel de casamento, nosso anel matrimonial, nossa "aliança". Não é um adorno, senão o símbolo de uma consagração, de pertencer. A pessoa que usa a aliança dá a conhecer seu caráter de comprometido, de aliado, não só diante do cônjuge, mas também diante dos demais. Que importantes são os símbolos e que grande significado tem este anel: recorda-nos o amor, a presença, a fidelidade do cônjuge em cada circunstância.

E o que se renova volta a reviver. Daí a importância de renovar com frequência nossa aliança de amor matrimonial. Há matrimônios que fazem isso todos os meses.

Padre Nicolás Schwizer
Shoenstatt mov.apostólico

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Corpus Christi 2011 – Diocese de São Miguel

CIMG0847 

  A celebração ocorreu na Praça Pe. Aleixo em frente a catedral diocesana, foi celebrada pelo bispo diocesano Dom Manuel Parrado Carral e concelebrada pelo bispo emérito Dom Fernando Legal e diversos sacerdotes diocesanos,estavam presentes também seminaristas,diáconos e religiosos(as) e autoridades civis como o prefeito da cidade de são paulo Gilberto Kassab que realizou a 2º leitura da Missa e ao final da celebração disse “foi a celebração mais bonita na qual participou”.

 

CIMG0860 A presença do povo da diocese foi em grande número vindos de diversas regiões e paróquias, mesmo sobre sol intenso o povo veio demonstrar sua Fé na Eucaristia presença real de Jesus em nosso meio e puderam viver momentos intensos de oração e partilha e comunhão.

 

 

 

CIMG0923 Durante a procissão pelo bairro tivemos um momento lindo de testemunho e fé, um casal de idosos colocou em sua janela imagens religiosas e durante a passagem da procissão todo o povo os saudavam com as bandeirinhas que todos tinham em suas mãos.

 

 

 

CIMG0945 Após a solene Benção do Santíssimo Sacramento tivemos queima de fogos encerrando assim mais este momento de fé de toda e união de toda a Diocese de São Miguel Paulista.

 

Para uma melhor visualização das fotos basta clicar sobre as mesmas.

por: Anderson Ricardo @andersontwiter

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A origem da festa de Corpus Christi


A celebração do amor e união

História: A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula "Transiturus" de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, as quais exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico.
Juliana nasceu em Liège em 1192 e participava da paróquia Saint Martin. Com 14 anos, em 1206, entrou para o convento das agostinianas em Mont Cornillon, na periferia de Liège. Com 17 anos, em 1209, começou a ter 'visões', exigindo da Igreja uma festa anual para agradecer o sacramento da Eucaristia. Com 38 anos, em 1230, confidenciou esse segredo ao arcediago de Liège, que 31 anos depois, por três anos, se tornaria o Papa Urbano IV (1261-1264), tornando mundial a Festa de Corpus Christi, pouco antes de morrer.

A "Fête Dieu" começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, com autorização do arcediago para procissão Eucarística só dentro da igreja, a fim de proclamar a gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia. Em 1247, aconteceu a primeira Procissão Eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica. A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos.

Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII.

Celebração: O decreto do Papa Urbano IV teve pouca repercussão, porque ele morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada antes de 1270. O ofício divino, seus hinos, a sequência 'Lauda Sion Salvatorem' são de Santo Tomás de Aquino (1223-1274), que estudou em Colônia com Santo Alberto Magno. Essa festa [Corpus Christi] tomou seu caráter universal definitivo, 50 anos depois de Urbano IV, a partir do século XIV, quando o Papa Clemente V, em 1313, confirmou a Bula de Urbano IV nas Constituições Clementinas do Corpus Júris, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.

Em 1317, o Papa João XXII publicou esse Corpus Júris com o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. O Concílio de Trento (1545-1563), por causa dos protestantes, da Reforma de Lutero, dos que negavam a presença real de Cristo na Eucaristia, fortaleceu o decreto da instituição da Festa de Corpus Christi, obrigando o clero a realizar a Procissão Eucarística pelas ruas da cidade, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia.

Em 1983, o novo Código de Direito Canônico – cânon 944 – mantém a obrigação de se manifestar "o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia" e "onde for possível, haja procissão pelas vias públicas", mas os bispos escolham a melhor maneira de fazer isso, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação.

Sacramento: A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: "Este é o meu corpo...isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim". Porque a Eucaristia foi celebrada pela primeira vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo depois de Pentecostes.
Na véspera da Sexta-Feira Santa, a morte na cruz impede uma festa solene e digna de gratidão e doutrinação. Porque a Última Ceia está no Novo Testamento, os evangélicos lhe têm grande consideração, mas com interpretação diferente.

Para os luteranos e metodistas, a Eucaristia é sacramento, mas Cristo está presente no pão e no vinho apenas durante a celebração, como permanência e não transubstanciação. Outras igrejas cristãs celebram a Ceia como lembrança, memorial, rememoração, sinal, mas não reconhecem a presença real de Cristo nela. Mas alguma coisa existe em comum que, por intermédio da Eucaristia, une algumas Igrejas cristãs na Eucaristia, ensina o Concílio Vaticano II, no decreto "Unitatis Redintegratio".

A Eucaristia é também celebração do amor e união, da comum-união com Cristo e com os irmãos.
Ela [Eucaristia], que é a renovação do sacrifício de Cristo na cruz, significa também reunião em torno da mesa, da vida e da unidade para repartir o pão e o amor. E é o centro da vida dos cristãos: "Eu sou o Pão da Vida, que desceu do céu para a vida do mundo, por meio da vida de comum-união dos cristãos".

Ornamentação: A decoração das ruas para a Procissão de Corpus Christi é uma herança de Portugal e tradição brasileira. Muitas cidades enfeitam suas ruas centrais com quilômetros de tapetes, feitos de serragem colorida, areia, tampinhas de garrafa, cascas de ovos, pó de café, farinha, flores, roupas e outros ingredientes.

(*)Exerceu o ministério por 7 anos na Arquidiocese de Botucatu (63/69), por 14 anos na Diocese de Apucarana (69/83) e por 8 anos na CNBB de Brasília. A partir de 1991 integrou a Arquidiocese de São Paulo, como Vigário Episcopal de Comunicação. É autor do livro "Como Falar com os Meios de Comunicação da Igreja". Faleceu no dia 11/10/2001.

Monsenhor Arnaldo Beltrami (*)

20/06/2011 - 08h30

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A disposição para receber os dons do Espírito

Se não o escutamos, não
saberemos o que Ele deseja
de nós


O que podemos e devemos fazer para que o Espírito de Deus venha a nós e nos satisfaça com Seus dons? Quais devem ser nossas atividades e disposições interiores para atrair e receber ao Espírito Santo?

1- Uma primeira disposição: Deveríamos despertar ainda mais em nossos corações o desejo pelo Espírito Santo e Seus dons. É o mesmo desejo que tinham os apóstolos e a Santíssima Virgem quando estavam reunidos no cenáculo esperando o Espírito Santo prometido. É a súplica é: Vem, Espírito Santo! Esperamos-Te com ânsias, porque somos tão débeis, porque necessitamos Teu poder transformador.

Deveríamos despertar profundos afetos de ânsias para que Ele tome em Suas mãos nossa educação, nossa transformação em autênticos filhos de Deus, em homens simples com alma de criança. Por isso, temos que chegar a ser homens e mulheres que anelam pelo Espírito de Deus.

2- Uma segunda disposição: Devemos esforçar-nos mais para estar em silêncio, para estar sós e tranquilos interiormente. Trata-se de um isolamento e uma solidão repleta de Deus. As forças da alma devem estar concentradas não em nós, mas em Deus. Somente assim poderemos escutar o que o Espírito Santo nos sopra. Se ao nosso redor e, sobretudo, se em nosso interior, existe tanto ruído, tantas vozes alheias, tanto espírito mundano, então não poderemos escutá-Lo. E se não O escutamos, tampouco saberemos o que Ele deseja de nós e nos sugere. E assim nunca vamos perceber Sua presença em nossa alma nem vamos acreditar em Sua atuação e influência em nossa vida.

3- Outra disposição é a oração humilde. Diz o Padre: “Parece-me que chegou o momento em que iremos juntar as mãos e orar. Necessitamos muito mais de oração que de exercícios. Certamente, isso não quer dizer que devamos deixar de praticar o amor filial. Mas sabendo que só possuímos as velas e que é o Espírito Santo quem deve insuflá-las, nos sentimos em dependência total diante de Deus. Devemos cultivar, então, o heroísmo da oração humilde”. Havemos de ser mestres da oração e da humildade.

4- Uma última disposição que atrai o Espírito Santo é o espírito mariano. Sabemos que a Virgem Maria, no Dia de Pentecostes, encontrou-se no meio dos apóstolos. E não duvidamos que, sobretudo, por sua poderosa súplica maternal o Espírito Divino veio sobre cada um deles. E assim também nós devemos unir-nos a ela na espera do Espírito Santo de Deus.
Haveremos escutado alguma vez as palavras de São Luís Maria Grignion de Montfort, que o padre-fundador repetia tantas vezes: O Espírito Santo quisera encontrar nas almas a Santíssima Virgem, quisera encontrar atitude e espírito marianos, quisera encontrar um amor profundo a ela. E quando Ele descobre numa alma a Maria, então não há alternativa que penetrar nesta alma com seus dons e realizar milagres de transformação.

E a causa disso? Como na Encarnação o Espírito Santo e a Virgem Santíssima colaboraram para que nascesse Jesus, assim o Espírito de Deus quer também hoje em dia cooperar com Maria, para que Cristo, o Filho do Pai, nasça e viva em cada alma. Por isso, não é casualidade que o Padre nos convida a ampliar nossa Aliança de Amor celebrando essa mesma Aliança também com o Espírito Santo. Então, Ele nos dará Seus dons, o dom da sabedoria, para que todos possamos conquistar o espírito filial.


Padre Nicolás Schwizer - Shoenstatt mov.apostólico

sábado, 11 de junho de 2011

O sentido do Pentecostes

Com ele tem início a ação evangelizadora para todas as nações !

Para entendermos o verdadeiro sentido da Solenidade de Pentecostes, precisamos partir do texto bíblico que nos apresenta na narração: "Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se. Residiam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações que há debaixo do céu. Quando ouviram o ruído, reuniu-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua" (At, 2, 1-6). Essa passagem bíblica apresenta o novo curso da obra de Deus, fundamentada na Ressurreição de Cristo, obra que envolve o homem, a história e o cosmos.

O Catecismo da Igreja Católica diz que: "No dia de Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo, que se manifestou, se deu e se comunicou como Pessoa divina: da Sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito" (CIC, n. 731).

Nessa celebração somos convidados e enviados para professar ao mundo a presença d'Ele [Espírito Santo]. E invocarmos a efusão do Espírito para que renove a face da terra e aja com a mesma intensidade do acontecimento inicial dos Atos dos Apóstolos sobre a Igreja, sobre todos os povos e nações.

Por essa razão, precisamos entender o significado da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: "O termo Espírito traduz o termo hebraico Ruah que, na sua primeira acepção, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza precisamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente d'Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito Divino. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às Três Pessoas Divinas. Mas, juntando os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos espírito e santo" (CIC, n. 691).

A Solenidade de Pentecostes é um fato marcante para toda a Igreja, para os povos, pois nela tem início a ação evangelizadora para que todas as nações e línguas tenham acesso ao Evangelho e à salvação mediante o poder do Espírito Santo de Deus.

O Papa Bento XVI fala sobre esse processo de reunificação dos povos a partir de Pentecostes: "Tem início um processo de reunificação entre as partes da família humana, divididas e dispersas; as pessoas, muitas vezes, reduzidas a indivíduos em competição ou em conflito entre si, alcançadas pelo Espírito de Cristo, abrem-se à experiência da comunhão, que pode empenhá-las a ponto de fazer delas um novo organismo, um novo sujeito: a Igreja. Este é o efeito da obra de Deus: a unidade; por isso, a unidade é o sinal de reconhecimento, o 'cartão de visita' da Igreja no curso da sua história universal. Desde o início, do dia do Pentecostes, ela fala todas as línguas. A Igreja universal precede as Igrejas particulares, as quais devem se conformar sempre com ela, segundo um critério de unidade e universalidade. A Igreja nunca permanece prisioneira de confins políticos, raciais ou culturais; não se pode confundir com os Estados, nem sequer com as Federações de Estados, porque a sua unidade é de outro tipo e aspira a atravessar todas as fronteiras humanas" (Bento XVI, Homilia na Solenidade de Pentecostes, 23 de maio 2010).

Temos necessidade do Espírito Santo Paráclito no nosso tempo: Veni, Sancte Spiritus!

Padre Reinaldo
Comunidade Canção Nova

sábado, 23 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Liturgia da Palavra: O Tríduo Sagrado da Páscoa

do site cleofas

SÃO PAULO, terça-feira, 19 de abril de 2011 (ZENIT.org )
Antecipamos nesta semana a apresentação do comentário à Liturgia da Palavra redigido por Dom Emanuele Bargellini, Prior do Mosteiro da Transfiguração (Mogi das Cruzes - São Paulo), para favorecer a compreensão do Tríduo Sagrado da Páscoa. Doutor em liturgia pelo 'Pontificio Ateneo Santo Anselmo' (Roma), Dom Emanuele é monge beneditino camaldolense.
Veja em : http://migre.me/4i6eG

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

Clique aqui e ouça artigo do Padre Paulo Ricardo Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor A multidão que aclamou Jesus com hosanas não foi a mesma que gritou “crucifica-o” na sexta feira santa. O Papa Bento XVI propõe, no segundo volume de seu livro Jesus de Nazaré, uma leitura mais atenta do relato de São Mateus. Cabe a nós escolher a qual das duas multidões/atitudes pertencemos. Cristo entra em nossa cidade/vida como Rei. Podemos crucificá-lo, para que não nos incomode, ou dar a ele o senhorio que lhe é devido.

sexta-feira, 25 de março de 2011

CNBB divulga mensagem pela beatificação de João Paulo II


Mensagem da CNBB

Por ocasião da beatificação do Papa João Paulo II

“Deus nos chamou à santidade” (1 Ts 4,7)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dirige-se aos católicos e a todas as pessoas de boa vontade para manifestar sua alegria e gratidão a Deus pela beatificação do Servo de Deus, João Paulo II, no próximo dia primeiro de maio. O Papa João Paulo II amava muito o Brasil e visitou nosso País por três vezes. Entre nós, ele foi carinhosamente acolhido e aclamado como “João de Deus”.

A beatificação nos incentiva a aprofundar nossa vocação universal à santidade. Na sua primeira mensagem, ele convidou a todos: “abri as portas a Cristo Jesus!” Sua vida foi um testemunho eloquente de santidade, pela grande fé, amor à Eucaristia, devoção filial a Maria e pela prática do perdão incondicional. A Palavra de Deus foi por ele intensamente vivida e anunciada aos mais diferentes povos. A espiritualidade da cruz o acompanhou na experiência da orfandade e da pobreza, nas atrocidades da guerra e do regime comunista, mas principalmente no atentado sofrido na Praça de São Pedro. De maneira serena e edificante, suportou as incompreensões e oposições, as limitações da idade avançada e da doença.

O mundo inteiro foi edificado pelo seu empenho em favor da vida, da família e da paz, dos direitos humanos, da ecologia, do ecumenismo e do diálogo com as religiões. Revelou-se um grande líder mundial, um verdadeiro “pai” da família humana. Pediu várias vezes perdão pelas falhas históricas dos filhos da Igreja. Ele mesmo foi ao encontro do seu agressor, na prisão, oferecendo-lhe o perdão. Pela encíclica Dives in Misericordia e na instituição do “Domingo da Divina Misericórdia”, manifestou seu compromisso com a reconciliação da humanidade.

Foi um papa missionário. Numerosas viagens apostólicas marcaram seu pontificado e incentivaram, na Igreja, o ardor missionário e o diálogo com as culturas. No Grande Jubileu conclamou e encorajou a Igreja a entrar no terceiro milênio cristão, “lançando as redes em águas mais profundas”. Afirmou e promoveu a dignidade da mulher; ampliou o ensino Social da Igreja e confirmou que a promoção humana é parte integrante da evangelização. Valorizou os meios de comunicação social a serviço do Evangelho. A todos cativou pelo seu afeto e sensibilidade humana; crianças, jovens, pobres, doentes, encarcerados e trabalhadores foram seus preferidos.

O Papa João Paulo II estimulou, especialmente, as vocações sacerdotais, religiosas e missionárias. Aos sacerdotes dirigiu, todos os anos, na Quinta-Feira Santa, sua Mensagem pessoal. Leigos e consagrados foram valorizados e encorajados nos Sínodos a eles dedicados, para promover sua dignidade, vocação e missão na Igreja.

Convidamos, portanto, todo o povo a louvar e agradecer a Deus pela beatificação do Papa João Paulo II. “O Brasil precisa de santos”, proclamou ele na beatificação de Madre Paulina. Sensibilizados por essas palavras, confiamos à sua intercessão a santificação da Igreja e a paz no mundo. Fazemos votos de que seu testemunho e seus ensinamentos continuem a animar a grande família dos povos na construção de uma convivência justa, solidária e fraterna, sinal do Reino de Deus, entre nós.

Brasília, na Solenidade da Anunciação do Senhor,

25 de março de 2011

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário-Geral da CNBB

quarta-feira, 9 de março de 2011

Tempo de tornar-se Cristão


Quaresma é o momento forte para a administração dos sacramentos
Na Tradição da Igreja o tempo quaresmal é o momento forte para a administração dos sacramentos, o tempo de acolher novos filhos para a Igreja.

O processo de transformação não é possível ser realizado em breve momento, mas por um caminho de conversão que deve percorrer passo a passo. Com a convicção de que este caminho de renovação não acontece de uma só vez, mas abrange toda a vida do homem em um processo contínuo de ano após ano e o deve percorrer sempre.

A Quaresma quer conservar presente esse processo que, para se chegar a Deus, é preciso passar por um processo sempre novo de transformação e mudança de vida. Assim, a palavra mais forte que nos acompanha neste tempo quaresmal é uma busca sincera de conversão, a metanoia, que reorienta todo o nosso ser em direção a Deus.

Nesse sentido a Igreja abraça o tempo quaresmal como o tempo de purificação, de tornar-se cristão, a oportunidade do homem voltar-se do mau caminho em direção a Deus, como o próprio Senhor afirma em Sua Palavra: "Pela minha vida, diz o Senhor, não quero a morte do pecador, mas que mude de conduta" (Ez 33, 11). Mas é preciso tomar consciência que o se tornar cristão é um processo diário, de ir a Cristo, renunciar a si mesmo, tomar sua cruz e seguir-Lo (cf. Mc 8, 34).

Por isso, esse tempo é marcado pelo jejum, abstinência e esmola, para lutarmos contra as tentações, unindo-nos a Cristo, que enfrentou a tentação no deserto durante quarenta dias. Um tempo realmente favorável para abandonar o "homem velho" e nascer um "homem novo".

O próprio Cristo precisou passar pelo deserto, deixando-se ser tentado pelo diabo para mostrar que n'Ele fomos tentados e n'Ele vencemos o demônio. Ninguém pode vencer sem ter combatido; nem combater se não tiver inimigo e tentações.

Por isso, o apelo da Igreja ao jejum, pois, é por meio dele que nos libertamos de nós mesmos, nos libertamos para Deus, tornando-nos livres para os outros e para a oração e do domínio das paixões desordenadas.

No prefácio da Quaresma, a Igreja usa a expressão: Jejunio mentem elevas – que significa "Pelo jejum elevais os vossos sentimentos". Os quarenta dias que a Igreja nos proporciona, por intermédio da renúncia, para que encontremos uma vida nova.

Padre Reinaldo Cazumbá da Silva
Missionário da Comunidade Canção Nova

09/03/2011 - 00h00