segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Homilia da Celebração de Abertura da CF/2012
Catedral de São Miguel Arcanjo – 26/02/2012
Tema: Fraternidade e Saúde Pública
Lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo.38,8)


Nesta tarde, reunidos na Igreja Mãe de nossa Diocese de São Miguel Paulista, revestidos do espírito quaresmal, que nos chama à conversão e nos propõe viver mais intensamente a vida de oração, a reconciliação e a prática da caridade, estamos abrindo oficialmente a Campanha da Fraternidade de 2012.

Neste ano, durante o tempo da quaresma, a Campanha da Fraternidade nos convida a refletir sobre o tema: Fraternidade e Saúde Pública com o lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo. 38,8).

A quaresma é o tempo favorável para a busca de novas relações, pois, com a oração, o jejum e a caridade, que praticamos como preparação à celebração do mistério pascal de Jesus Cristo, na sua paixão, morte, ressurreição e ascensão ao céu, somos chamados a sermos homens e mulheres novos.

É necessário que a nossa fé nos leve a ter os olhos bem abertos às alegrias e às esperanças, mas também, às angústias, às tristezas e ao sofrimento do nosso povo. A Campanha da Fraternidade deste ano nos convida a lançar os olhos sobre a realidade da Saúde Pública no Brasil e a tomar consciência de nosso compromisso de cristãos para mudar esta realidade.

Como ouvimos há pouco, a Saúde é definida como “um processo harmonioso de bem-estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou, de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre”.

Portanto, para que a saúde se difunda sobre a terra é preciso uma ação muito mais ampla do que a medicina curativa, torna-se necessário implantar uma política de saúde preventiva, garantir a todos as condições mínimas de bem-estar, exigir saneamento básico e, nestes campos, as nossas comunidades têm muito a colaborar. É preciso, cada vez mais, desenvolver a consciência de que a saúde é um dom a ser preservado criando bons hábitos.

A mobilização de nossas comunidades e pastorais em torno da realidade da saúde pública é questão de compromisso cristão: A Igreja se preocupa com as situações de sofrimento e morte a que está sujeito a grande maioria de nosso povo que depende do SUS. Isto precisa ser transformado, pela força do evangelho, pois, Jesus afirmou: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo10,10). Movido pela fé, como discípulo missionário, cada cristão deve se empenhar e participar nas conferências e conselhos de saúde de seu bairro, como o fermento na massa, para levedar, para mudar e para transformar a realidade que aí está.

A primeira leitura que hoje foi proclamada nos relata a última parte da história do dilúvio e nos deixa o ensinamento de que Deus nunca se conforma diante do mal. Deus sempre intervém para corrigir, para reconstruir e para renovar. Do mal provocado pelo pecado Deus faz surgir uma nova humanidade, à qual promete somente coisas boas e garante todas as suas bênçãos: “Eis que vou estabelecer minha aliança convosco e com vossa descendência, com todos os seres vivos que estão convosco.”

Deus nunca desiste de nós. Ele é fiel e nos ama na gratuidade. Não porque somos bons, mas porque Ele é bom, Ele é a própria bondade. Se erramos, Ele está pronto a nos perdoar e a refazer a sua aliança; “Este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vós, e todos os seres que estão convosco, por todas as gerações futuras: ponho meu arco nas nuvens como sinal de aliança entre mim e a terra”.

A Bíblia se serve dessa maravilhosa imagem do arco-iris para significar a paz entre o céu e a terra, o abraço entre Deus e o universo. Indica a aliança universal que envolve todos os homens e mulheres e todas as criaturas. A salvação gratuita de Deus, nos revela a bíblia desde o começo, se destina a todos os povos. Este é um texto que nos convida à alegria, pois, mostra que nenhuma maldade humana conseguirá destruir o amor que Deus tem por nós.

O texto do evangelho há pouco proclamado nos fala das tentações de Jesus no deserto. A primeira frase do evangelho ‘o Espírito levou Jesus para o deserto’, não é uma simples informação. É uma mensagem teológica: depois de seu batismo Jesus pleno da força do Espírito começa sua luta contra o mal. Jesus teve que contrapor-se, durante toda sua vida, com propostas que queriam desviá-lo do projeto do Pai, propostas que vinham de seus inimigos, do povo que queria fazê-lo rei e até de seus discípulos, como Pedro que não queria que Ele fosse a Jerusalém, onde se consumaria sua missão redentora.

Se esta foi a experiência de Jesus, não devemos estranhar que também nós tenhamos tentações. Sabemos que nestes momentos não estamos sozinhos. Dentro de nós está o Espírito Santo que nos dá forças para superar qualquer provação e ao nosso lado temos Jesus que nos conforta, pois, Ele mesmo conheceu o que foi a tentação.

Depois de ter dito que Jesus foi tentado, o evangelista Marcos acrescenta que Ele estava na companhia de animais selvagens e os anjos o serviam. Com estas figuras, mais uma vez, São Marcos quer contrapor as conseqüências do pecado que criou a desordem, a divisão, a violência e a obediência de Jesus que deu início a um novo paraíso, onde há convivência pacífica entre todas as criaturas do universo.

A segunda parte do evangelho nos relata, em resumo, toda a pregação de Jesus: ‘Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho’. É um convite dirigido a todos nós, neste início da quaresma.

Este é o tempo favorável, o momento de mudar o coração e acolher com alegria o mundo novo, no qual Jesus já entrou com a sua vitória sobre o mal. Acolhendo e seguindo a Jesus, todos podem entrar para fazer parte desta nova humanidade.

O Papa Bento XVI, em sua mensagem para a quaresma nos diz que, ‘o fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor com um coração sincero, com a plena segurança da fé, de conservarmos firmemente a profissão de nossa esperança, numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, o amor e as boas obras’.

Nesta sua mensagem o Papa desenvolve uma reflexão sobre a passagem da carta aos Hebreus ‘Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras’. Esta passagem de Hebreus 10,24 é muito sugestiva para a vivência da Campanha da Fraternidade. Com efeito, prestar atenção ao outro inclui em procurar para ele todo o bem físico, psíquico, moral e espiritual. É preciso abrir os olhos para as necessidades do irmão, só assim contribuiremos para que ‘a saúde se difunda sobre a terra’. Esta missão é confiada a cada um de nós, seja qual for nosso campo de atuação, para que haja saúde e bem-estar para todos.

Neste momento quero dirigir uma saudação especial e uma palavra de estímulo aos profissionais da área da saúde, aos padres que com sua solicitude pastoral estão sempre atentos às necessidades do povo que lhe foi confiado, ministrando o conforto espiritual e organizando as pastorais, às religiosas que na Diocese trabalham na área da Saúde e no atendimento aos idosos, aos membros da Pastoral da Saúde, aos Ministros que visitam os enfermos, levando o conforto da Palavra de Deus e a Eucaristia, e às numerosas famílias que cuidam dos doentes e idosos em suas casas. Enfim a todos que tem um olhar de compaixão e se abrem para as necessidades dos que carecem da saúde.

Meus irmãos e minhas irmãs, encerrando, quero conclamar a todos para, a partir desta Campanha da Fraternidade, assumirmos três prioridades como gestos concretos de nosso compromisso de cristãos: 1. Implementar a Pastoral da Saúde em todas as Paróquias e comunidades; 2. Participação nos Conselhos de Saúde, como membros do Conselho e no acompanhamento de suas atividades; 3. Prevenção da saúde organizando palestras, encontros, cursos e campanhas para difundir hábitos saudáveis.

Que São Miguel Arcanjo nos defenda de todos os perigos e que Nossa Senhora da Penha nos abençoe e ajude na vivência desta Campanha da Fraternidade.



Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Dom Manuel Parrado Carral

Abertura da Campanha da Fraternidade com entusiasmo o povo participa de celebração




No primeiro domingo da quaresma, dia 26 de fevereiro, às 15h00, na Catedral de São Miguel Arcanjo, Dom Manuel Parrado Carral presidiu a celebração de abertura da Campanha da Fraternidade de 2012 que, neste ano, tem como tema fraternidade e saúde pública e como lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”( Eclo 38,8).



Em sua homilia, Dom Manuel destacou o sentido da quaresma e a importância de intensificarmos neste tempo a vida de oração, de penitência e da prática da caridade como preparação à solenidade da Páscoa.


Relacionando a Quaresma com a Campanha da Fraternidade, que este ano tem como lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”, conclamou a todos para assumir três gestos concretos como compromisso a partir desta Campanha da Fraternidade: 1. Implementar a Pastoral da Saúde em todas as Paróquias e Comunidades; 2. Participar nos Conselhos de Saúde, como membros do Conselho e no acompanhamento de suas atividades; 3. Promover a saúde preventiva nas comunidades organizando palestras, encontros, cursos e campanhas para difundir hábitos saudáveis.

Fonte: www.diocesesaomiguel.org.br








quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Abertura da Campanha da Fraternidade 2012

Diocese de São Miguel Paulista

26/02/2012 - 15:00 hs

Catedral de São Miguel Arcanjo




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O significado da Quarta-feira de Cinzas


Quaresma, tempo de descobrir

que o amor é possível

O pecado é o maior obstáculo para o amor

Em poucos dias, na Quarta-feira de Cinzas, começaremos um período litúrgico importante da nossa fé católica: a Quaresma. O tempo quaresmal, eminentemente penitencial, em preparação para a Páscoa, é o propício momento em que todos nós, fiéis batizados, somos convidados a intensificar a vida de oração, penitência e caridade, com realce especial ao jejum e à abstinência. Contudo, só se compreende a Quaresma por intermédio do olhar de um Deus, que se encarna, morre e ressuscita por amor a cada um de nós. Isso mesmo, Deus mergulha na epopeia e tragédia da vida humana para nos resgatar das correntes do pecado e dar-nos a vida eterna.

A Quaresma está intimamente conectada com o desejo de felicidade e infinito, latentes em cada coração humano. Sem ela não se entende o ser cristão, sem ela não se entendem os mistérios da indigência e da grandeza humana. Constata-se por muitos espaços da vida humana um mar de tristezas e frustrações. A depressão, segundo dizem, é o mal de nosso século. Nunca sentimos tanta falta de infinito, e nunca estivemos tão presos ao efêmero, ao passageiro, ao transitório, àquilo que não gera relações humanas, valorizando demasiadamente o virtual e nos esquecendo do real, da dor, das misérias, da pobreza, da violência e das misérias morais que relativizam o belo e o sagrado e geram a cultura do descartável.

O que impede o coração humano de encontrar a felicidade? Muitas são as respostas, muitos estudos são apresentados diariamente nos meios de comunicação. Buscam-se explicações psicológicas, sociais, econômicas, políticas, entre outras. Mas são poucos os que chegam ao fundo do problema. A verdadeira e plena felicidade só será alcançada quando passarmos pela via quaresmal, caminho de purificação e penitência, que nos liberta, por meio da graça, dos grilhões do pecado.

O pecado é o maior obstáculo. Infelizmente, estamos imersos numa cultura que o comercializa. O mais triste é que, ao buscar a felicidade, a humanidade parece afundar-se cada vez mais no lodo e morre sufocada pelo veneno do pecado, que destrói almas e sonhos. E é a própria sociedade que promove esse tipo de vida, se questiona dos porquês dessas realidades que contaminam o orbe sem se importar com as condições econômicas ou sociais das pessoas.

A maior alienação é a incapacidade de perceber o quanto o ser humano se quebra quando se entrega ao pecado. Existe uma desintegração espiritual que se manifesta na sociedade e prolifera em estruturas. Ele nasce pessoal e, em proporção com a matéria, gravidade e circunstâncias, gera o mal social.

O reconhecimento de nossas misérias e fraquezas diárias é o primeiro passo para o encontro profundo consigo mesmo e com Deus. O pecado é a desintegração da nossa natureza e aliena nossa vida da realidade eterna a qual todos nós somos chamados. A penitência não é masoquismo, mas reconhecer de modo concreto e visível a nossa indigência e necessidade. Ela nos coloca no caminho do perdão, que é o resgate da unidade perdida pelo mal. O salmo penitencial 51(50) exclama, com beleza poética, o drama do pecado e a recuperação do Rei Davi. A primeira coisa que o pecado ataca é nossa consciência, ou seja, a capacidade de perceber e distinguir o mal e o bem. O Rei Davi possui a graça de ter um grande amigo, o profeta Natã. Este, sem medo das consequências e guiado pela força do Espirito Santo, o [Davi] acusa do seu pecado. A paz e a felicidade voltam ao rosto do rei de Israel apenas quando ele reconhece e deseja reparar o mal cometido.

O pecado nos coloca no sono mais profundo e nos impede de encontrar a paz que deve reinar em nossas vidas. Só por intermédio da paz, que nasce do encontro com Cristo misericordioso, ao nos arrependermos, poderemos encontrar a felicidade. Os verdadeiros amigos são aqueles que nos ajudam a despertar e a ver a realidade em toda sua complexidade, como fez Natã com Davi. Eles são capazes disso não porque sabem mais ou são mais capacitados, mas, sim, porque nos amam. Como está escrito em Eclesiástico: “O amigo fiel é poderoso refúgio, quem o descobriu, descobriu um tesouro” (Eclo 6,14).

A crise de felicidade está proporcionalmente relacionada com uma crise de amizade. Poucos encontram verdadeiros amigos. Muitas vezes, não sabemos ser bons amigos. Neste clima de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que será sediada na cidade do Rio de Janeiro, conclamo ao jovem: desperte com o encontro com Cristo, o dom da amizade. Não se pode ser cristão sozinho. Jovem evangeliza jovem. Com razão impacta, positivamente, milhões de pessoas a participação nas Jornadas Mundiais da Juventude, no encontro com Cristo juntamente com o Santo Padre o Papa. Nessas jornadas, os jovens descobrem que a amizade já existe entre eles, pois todos possuem em comum o grande Amigo Jesus Cristo, Aquele que nunca nos abandona.

Dizem que hoje as pessoas não querem se relacionar, desejam apenas se “conectar”, pois é mais fácil colocar o outro em “off”. O medo de criar laços sólidos brota, em muitos casos, da incerteza do amor. O pecado apaga de nossas vidas a certeza de que é possível amar. A fragmentação de nosso ser, oriunda do pecado, nos impede de confiar no outro.

Assim, neste importante tempo de Quaresma despertemos novamente o nosso desejo de felicidade. Purifiquemos nossas almas do pecado, que obstaculiza o encontro com Cristo, Amigo capaz de nos guiar com passos seguros. Como o Rei Davi, peçamos a Deus piedade por nossos pecados. Não tenhamos medo de reconhecer nossas transgressões.

Deus conhece nosso ser, ama a verdade e nos ensina a sabedoria. Ele nos dá a felicidade, o júbilo e nos purifica de todas as iniquidades, fazendo-nos “mais brancos do que a neve”. Sobretudo, Deus cria em cada um de nós um coração novo com a ajuda da penitência e do perdão sacramental. A via quaresmal, bem vivida, despertará em nós um espírito firme e devolverá o júbilo da salvação (cf. Sal 51).

Que nesta Quaresma tenhamos a coragem de fazer uma passagem profunda de purificação do pecado para a graça, no caminho bonito do itinerário do seguimento e discipulado do Redentor!

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro

22/02/2012 - 08h00

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Liturgia das Horas


A Liturgia das Horas (também chamada Ofício Divino) é a oração pública e comunitária oficial da Igreja Católica.

A palavra ofício vem do latim "opus" que significa "obra". É o momento de parar em meio a toda a agitação da vida e recordar que a Obra é de Deus.

Consiste basicamente na oração quotidiana em diversos momentos do dia, através de Salmos e cânticos, da leitura de passagens bíblicas e da elevação de preces a Deus. Com essa oração, a Igreja procura cumprir o mandato que recebeu de Cristo, de orar incessantemente, louvando a Deus e pedindo-Lhe por si e por todos os homens.
Fonte: Wikipedia 07-02-2012

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