sábado, 13 de novembro de 2010

Conhecer a Bíblia é saboreá-la, sentir seu gosto !

Sábado, 13 de novembro 2010

É essa graça que Deus tem para você nestes tempos: ou você suporta porque está cheio do Espírito Santo ou então o mundo o fará desabar. Deus não quer isso, assim como você também não.

É uma grande graça conhecer o Senhor. Na Bíblia, “conhecer o Senhor” não é uma atitude intelectual, mas sim um conhecimento como o das crianças. Não é verdade que as crianças conhecem tudo com a boca? Conhecer a Bíblia é saboreá-la, sentir seu gosto. Portanto, conhecer a Deus é sentir o Seu gosto.

“Vinde, voltemos ao Senhor.” Não devemos mais estar distantes do Senhor. Ele nos dá a grande oportunidade de nos aproximarmos d'Ele e saboreá-Lo. A Igreja, graças a Deus, nos dá essa possibilidade de aproximação com o Pai. Os feitos de Deus pelo mundo, com o derramamento do Espírito Santo, permitem-nos saboreá-Lo cada vez mais.

Deus abençoe você!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
www.cancaonova.com

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Sacramento da Penitência

Alessandro Lima

A Penitência só se faz necessária para aqueles que, após o Batismo, tiverem contraído algum pecado mortal; não podendo escapar à eterna condenação, se não expiarem devidamente os pecados cometidos.

Se em todos os regenerados houvesse tal gratidão para com Deus que conservassem constantemente a justiça recebida no batismo por benefício e graça sua, não seria necessário outro sacramento instituído para remissão dos pecados, diferente deste [do batismo]. Mas como “Deus, rico em misericórdia” (cf. Ef 2,4) “conheceu a fragilidade de nossa origem” (Sl 103,14), quis também conceder um remédio vivificante aos que se entregassem de novo à escravidão do pecado e ao poder do demônio, a saber: o sacramento da penitência, pelo qual se aplica o benefício da morte de Cristo aos que caem depois do Batismo. (Concílio de Trento XIV, cap 1 sobre o sacramento dapenitência. Denzinger 1668).

Matéria e forma do Sacramento da Penitência

Conforme definido pelo Concílio de Trento, há uma quase-matéria constituída pelos atos do penitente, a saber: contrição, acusação, e satisfação. Estes atos chamam-se partes da Penitência, porque da parte do penitente são necessários por instituição divina, para que haja integridade do Sacramento, e perfeita remissão dos pecados. Chama-se a estes atos de quasematéria, não por que não tenham o caráter de verdadeira matéria, mas porque não são matéria de aplicação exterior, como a água no Batismo e o crisma na Confirmação.

Os atos do penitente são como que matéria deste sacramento, a saber: a contrição, a confissão e a satisfação. Estes mesmos atos são requeridos por instituição divina no penitente para a integridade do sacramento e para a remissão plena e perfeita dos pecados e, por este motivo, se chamam partes da penitência. (Conc. Trento XIV, cap 3. Denzinger 1673).

Se alguém negar que para a inteira e perfeita remissão dos pecados se requerem do penitente três atos como matéria do sacramento da penitência, a saber: contrição, confissão e satisfação, que são chamadas as três partes da penitência; ou se disser que são somente duas as partes da penitência, isto é: os terrores que padece a consciência ao reconhecer seus pecados e a fé no Evangelho ou na absolvição, pela qual crê que os pecados lhe são perdoados por Cristo: seja anátema. (Conc. Trento XIV, IV. Denzinger 1704).

Sobre a contrição observemos a catequese do Concílio de Trento (Sessão XIV, cap 4):

A contrição, que tem o primeiro lugar entre os mencionados atos do penitente, é uma dor da alma e detestação do pecado cometido, com o propósito de não tornar a pecar... Declara, pois o santo Sínodo que esta contrição encerra não só a cessação do pecado e o propósito e início de uma nova vida, mas também o ódio da vida passada, conforme as palavras: “Lançai longe de vós todas as vossas maldades em que prevaricastes e fazei-vos um coração novo e um espírito novo” [Ez 18,31] . (Denzinger 1676).

Ensina ainda que, embora algumas vezes suceda que esta contrição seja perfeita em virtude da caridade e reconcilie com Deus antes que seja realmente recebido este santo sacramento, contudo não se deve esta reconciliação à contrição somente, independente do desejo de receber o sacramento, que aliás está contido nela. (Denzinger 1677).

Sobre a confissão, catequese do Concílio de Trento (Sessão XIV, cap 5):

Em conseqüência da instituição do sacramento da penitência, que já foi explicada, a Igreja toda sempre entendeu que foi também instituída pelo Senhor a confissão integral dos pecados [cf. Tg 5,16; 1 Jo 1,9; Lc 5,14; 17,14]. Esta confissão é necessária por direito divino a todos os que, depois do batismo caem, porque nosso Senhor Jesus Cristo, antes de sua ascenção aos céus, deixou os sacerdotes como vigários seus [cf. Mt 16,19; 18,18], como presidentes e juízes a quem seriam confiados todos os pecados mortais em que os fiéis cristãos houverem caído, para que em virtude do poder das chaves de perdoar ou reter os pecados, pronunciem a sentença... Daí segue que os penitentes devem dizer e declarar na confissão todos os pecados mortais de que, depois de diligente exame de consciência, se sentirem culpados, ainda que sejam os mais ocultos. (Denzinger 1679-80).

Sobre a satisfação, catequese do Concílio de Trento (Sessão XIV, cap 8):

Enfim, quanto à satisfação, de um lado, como todas as demais partes da penitência, foi ela em todo tempo recomendada ao povo cristão pelos Santos Padres, por outro lado, nesta nossa idade, sob o pretexto de piedade, é fortemente impugnada por aqueles que têm aparência de piedade, mas lhe negaram a força [cf. 2Tm 3,5]. Por isso, o santo Sínodo declara ser totalmente falso e estranho à Palavra de Deus afirmar que o Senhor nunca perdoa a culpa, sem que também perdoe toda pena. Pois, para não falar da tradição divina, encontram-se na Sagrada Escritura claros e conhecidos exemplos [cf. Gn 3,16; Num 12,14; 20,11; 2Rs 12,13]. (Denzinger 1689).

Condiz também com a divina clemência que os pecados não nos sejam perdoados sem nenhuma satisfação, a fim de que, por julgar leves os pecados não caiamos em maiores culpas quando se apresenta a ocasião, mostrando-nos injuriosos e ultrajantes ao Espírito Santo [cf. Hb 10,29], entesourando assim ira para o dia da ira [cf. Rm 2,5; Tg 5,3]. (Denzinger 1690).

A forma do Sacramento é a seguinte: “Eu te absolvo... em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

Ministro do Sacramento da Penitência

As leis da Igreja mostram que o ministro de per si do Sacramento é Bispo. Porém, o sacerdote também pode ministrá-lo, enquanto possui jurisdição ordinária ou delegada para absolver; pois quem deve desempenhar tal ministério deve ter não só poder de ordem, mas também o poder de jurisdição.

[...] O Bispo, chefe visível da Igreja Particular, é, portanto, considerado, com plena razão, desde os tempos primitivos, aquele que principalmente detém o poder e o ministério da reconciliação: ele é o moderador da disciplina penitencial. Os presbíteros seus colaboradores, o exercem na medida em que receberam o múnus, que de seu Bispo (ou de um superior religioso), que do Papa, por meio do direito da Igreja. (CIC 1462).

Alguns pecados particularmente graves são passíveis de excomunhão, a pena eclesiástica mais severa, que impede a recepção dos sacramentos e o exercício de certos atos eclesiais. Neste caso, a absolvição não pode ser dada, segundo o direito da Igreja, a não ser pelo Papa, pelo Bispo local ou por presbíteros autorizados por eles. Em caso de perigo de morte, qualquer sacerdote, mesmo privado da faculdade de ouvir confissões, pode absolver qualquer pecado e de qualquer excomunhão (CIC 1463).

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Fé, obras e certeza da salvação

Rafael Vitola Brodbeck
Alegam os protestantes que a fé é uma apropriação pessoal dos méritos de Cristo, confiando na Redenção por Ele operada, mais do que um ato do intelecto movido pela vontade iluminada pela graça em adesão a uma doutrina. Essa apropriação, claro, notadamente na tradição calvinista (e também na luterana) é ação da graça. Ainda assim, a graça moveria a alma a esse ato de apropriação, que se enquadra melhor no conceito de esperança do que no de fé, e não uma ação intelectual (igualmente produto da graça) de aceitação da verdade revelada, como crêem os católicos.

Pregam, outrossim, que conseqüência obrigatória da fé (e como que um sinal de que é uma fé verdadeira, ou salvífica, como dizem) é ter certeza da própria salvação. Note-se: não a certeza de que Cristo salva ou de que pode me salvar de fato (pois isto é o conteúdo da fé em sentido católico e, em decorrência dela, da esperança), mas a certeza de que o crente está salvo: eu, que creio, estou salvo - é o ensino protestante.

Ora, não há como ter certeza da salvação. Vê-se, pois, que, apesar de elementos de verdade - que são sementes católicas no meio do erro -, o calvinismo é um sistema que gira em torno de seus próprios pressupostos e, para justificar algumas doutrinas, cria outras. Uma delas é a tal certeza da salvação, que não encontra eco em nenhum dos Padres da Igreja, a quem tanto invocam para, de modo distorcido, alegar autoridade para seu movimento de separação da Sé de Pedro.

Não temos certeza da salvação (porque nem presumimos de nossos próprios méritos como fariam os pelagianos, nem presumimos da graça de Deus como se não fôssemos livres para resistir a ela). Tampouco, caímos em desespero. O que temos é a virtude teologal da esperança. Esperamos que Deus nos dê a graça e que corresponderemos a ela.

A tese da certeza da salvação, aliás, é fruto de um equivocado entendimento da virtude da esperança. Ela como que substitui, na teologia protestante, a noção de esperança. E isso por um motivo muito simples: para Lutero, a fé é uma confiança no sacrifício de Cristo, e não uma adesão do intelecto, movido pela vontade e iluminado pela graça, à Revelação de Deus em Cristo. Lutero, pois, confunde a fé com a esperança. Mais, chama de fé aquilo que, propriamente, é mais próprio da esperança. A esperança, então, fica vazia, e é preciso procurar um outro conteúdo para ela. Acha-se a "certeza da salvação".

Não, não tenho certeza da salvação. Não porque duvide da graça, mas porque sei que sou fraco e posso, a qualquer momento, cair da graça por decisão pessoal. Tampouco me desespero, achando que Deus não perdoará ou salvará, ou que inevitavelemente irei cair. Tenho, isso sim, duas atitudes, na verdade duas virtudes (todos temos pelo Batismo): a fé e a esperança (claro, e a caridade). Pela fé, creio firmemente que Cristo morreu por mim, que Seu sacrifício foi suficiente para a minha salvação, que Ele me dá a Sua graça para querer a salvação e que, se perseverar, terei a justificação. Isso a fé. Pela esperança, outrossim, confio que Deus não me abandonará e me dará a graça final. Não tenho certeza, apenas confio, espero (no sentido da virtude de esperar, não o esperar no entendimento popular). Se eu me mantiver fiel, minha confiança se transformará, no céu, em realidade. E por isso é que São Paulo nos diz que a esperança cessará, como a fé, permanecendo apenas a caridade: no céu não há lugar para esperança, pois só se espera o que não se tem. Se a esperança fosse certeza da salvação, como sustentam os protestantes, então, no céu ela continuaria (porque a certeza da salvação haverá no céu, aliás, é só ali que haverá), e a Bíblia estaria errada.

Temos fé na salvação no sentido objetivo (Cristo nos salvou a todos, morrendo na Cruz), e esperança na salvação no sentido subjetivo (aproprio-me pela fé e pelos sacramentos dessa salvação).

"Por ele é que tivemos acesso a essa graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança de possuir um dia a glória de Deus." (Rm 5,2)

A verdadeira fé é necessária para a salvação, evidentemente. "Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado." (Mc 16,16) "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram." (Hb 11,6)

Todavia, conforme o ensino de São Tiago (cf. Tg 2,14.17.20), a fé sem obras é morta, não é capaz de justificar. "Se invocais como Pai aquele que, sem distinção de pessoas, julga cada um segundo as suas obras, vivei com temor durante o tempo da vossa peregrinação." (I Pe 1,17) Isso porque a justificação, ao contrário do que sustentam os protestantes, não é uma operação automática pela qual Deus, judicialmente, nos declara santos, e sim um processo lento e gradual, em que o Espírito Santo nos torna, de fato santos e justificados. A graça divina não é uma capa a cobrir os nossos pecados, mas uma ação eficaz na alma que a transforma de verdade. Deus não poderia declarar alguém justificado que permanecesse pecador, com a graça apenas cobrindo suas iniqüidades. A justificação forense, jurídica, judicial - tese fundamental dos protestantes - é totalmente contrária ao correto entendimento do Deus que é verdade. O juízo divino é sempre de acordo com a realidade das coisas. Ninguém pode ser declarado justo sem sê-lo realmente, de modo que se o Senhor justifica um pecador é necessário que ele tenha sido, pelo mesmo Senhor, já justificado. A justificação não é um cobrir com a graça os pecados, mas um perdoar de fato os pecados - pela graça, claro. Deus não só finge, por amor, que o homem é justo, mas torna-o justo, apaga os pecados. Se assim não fosse, Deus estaria declarando justo quem não é, quem continua ímpio. O homem não pode ser, como erroneamente ensinava Lutero, simul justus et peccator, dado que na Escritura não se encontra um trecho sequer em que o ser humano justificado é chamado pecador. Deus não dá uma aparência de justificação, uma justificação meramente judiciária, mas justifica de verdade: "O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades." (Is 53,11) O Senhor não quis, em Cristo, que fôssemos somente considerados justos, mas nos outorgou a graça, removidos os pecados pela imputação dos méritos de Cristo, "para que nele nós nos tornássemos justiça de Deus." (II Co 5,21) Note-se: nos tornamos, pela graça, justiça de Deus, não somente somos considerados como justiça. E tornar-se implica uma realidade e um processo. Processo esse que se depreende do ensino de São Paulo: "trabalhai na vossa salvação com temor e tremor." (Fl 2,12) Se a justificação fosse um ato instantâneo e não um processo, não precisaria ser trabalhada, muito menos com temor e tremor. Também é o ensino de São João: "Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa." (Ap 3,11) Ora, ninguém seria exortado a conservar o que tem se fosse impossível perdê-lo (conseqüência lógica da justificação automática; "uma vez salvos, salvos para sempre", é o mote calvinista).

Como se trata de um processo, não podemos ter certeza da salvação, dado que o processo só termina com o último suspiro do homem sobre a terra. O homem, em um momento está em graça, e noutro pode cair. "É pela incredulidade que foram cortados, ao passo que tu é pela fé que estás firme. Não te ensoberbeças, antes teme. Se Deus não poupou os ramos naturais, bem poderá não poupar a ti. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, bondade para contigo, suposto que permaneças fiel a essa bondade; do contrário, também tu serás cortada." (Rm 11,20b-22) "Portanto, quem pensa estar de pé veja que não caia." (I Co 10,12) Aliás, o crente nem pode ter certeza absoluta de estar em graça. Pode, por sinais objetivos (sua fé, suas obras, sua sinceridade na relação com o Pai), esperar que esteja. "De nada me acusa a consciência; contudo, nem por isso sou justificado. Meu juiz é o Senhor." (I Co 4,4)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O que é inspiração bíblica?

D. Estêvão Bettencourt, OSB
A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada. Mas como se dá essa inspiração? Talvez imaginemos um ditado mecânico como a de um chefe à sua datilógrafa. Esta escreve coisas que não entende e que são entendidas apenas pelo chefe e sua equipe. Isso não é a inspiração bíblica. Pois, ela não dispensa certa compreensão do autor humano (o hagiógrafo), nem sua participação na redação do texto sagrado.

A inspiração bíblica também não é revelação de verdades que o autor humano não conheça. Existe sim, o carisma da Revelação, especialmente nos profetas. Mas é diferente da inspiração bíblica. Esta se exercia, por exemplo, quando o hagiógrafo descrevia uma batalha ou outros fatos documentados em fontes históricas, sem receber revelação divina.

Inspiração Bíblica é a iluminação da mente do autor humano para que possa, com os dados de sua cultura religiosa e profana, transmitir uma mensagem fiel ao pensamento de Deus. O Espírito Santo fortalece a vontade e as potências executivas do autor para que realmente o hagiógrafo escreva o que ele percebeu.

Tais livros são todos humanos (Deus em nada dispensa a atividade racional do homem) e divinos (Deus acompanha a redação do homem escritor). A Bíblia é um livro divino-humano. Transmite o pensamento de Deus em roupagem humana. Assemelha-se ao mistério da Encarnação, onde Deus se revestiu de carne humana, pois na Bíblia a Palavra de Deus se revestiu da palavra do homem (judeu, grego, com todas as suas particularidades de expressão).

A finalidade da inspiração bíblica é estritamente religiosa. Não foi escrita para nos ensinar ciências naturais, mas aquilo que ultrapassa a razão humana (o sentido do mundo, do homem, da vida, da morte, etc diante de Deus). Portanto, não há contradição entre a Bíblia e as ciências naturais. Mesmo Gênesis 1-3 não pretende ensinar como nem quando o mundo foi feito.

A Bíblia só é inspirada quando trata de assuntos religiosos? Há páginas na Bíblia não inspiradas?

Toda a Bíblia, em qualquer de suas partes, é inspirada, qualquer que seja a sua temática. Ocorre, porém, que Deus comunica sua mensagem religiosa em linguagem familiar pré-científica, bem entendida no trato quotidiano. Por exemplo, quando falamos em "nascer-do-sol" ou "pôr-do-sol", supomos o sistema geocêntrico (ultrapassado), mas não somos taxados de mentirosos, porque não pretendemos definir assuntos de astronomia. Assim, quando a Bíblia diz que o mundo foi feito em 6 dias, ou que a luz foi feita antes do sol e das estrelas, ela não ensina teorias astronômicas, mas alude ao mundo em linguagem dos hebreus antigos para dizer que o mundo todo é criatura de Deus. Portanto, em assuntos não-religiosos, a Bíblia adapta-se ao modo de falar familiar ou pré-científico dos homens que, devidamente entendido, não é portador de erro.

Também todas as "palavras" da Escritura são inspiradas. Os conceitos dos homens estão sempre ligados às palavras. Quando o Espírito Santo iluminava a mente dos autores sagrados, iluminava também as palavras. É por isto que os próprios autores sagrados fazem questão de realçar de realçar vocábulos da Bíblia: Jo 10,34-35; Hb 8,13; Gl 3,16.

Notemos, porém, que somente as palavras das línguas originais (hebraico, aramaico e grego) foram assim iluminadas. As traduções bíblicas não gozam do carisma da inspiração. Por isso, ao ler a Bíblia, devemos nos certificar de estarmos usando uma tradução fiel e equivalente aos originais.

"Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça." (2Tm 3,16).

Para extrair a mensagem religiosa é absolutamente necessário levar em conta o gênero literário do texto. Por exemplo, "leis" tem seu gênero literário próprio (claro e conciso para que ninguém possa se desculpar), a poesia tem gênero literário oposto ao das leis (metafórico, subjetivo). Uma crônica é diferente de uma carta. Uma carta comercial é diferente de uma carta de família, uma fábula é diferente de um fato histórico.

Na Bíblia há diversos gêneros: histórico; história em estilo popular (Sansão); poesia; parábola; alegoria (Jo 15,1-6); a lei e muitos outros. Cada gênero tem suas regras de interpretação próprias. Não posso entender uma poesia (cheia de imagens) como entendo uma lei (clara e sem imagens). Assim, a criação do mundo em Gn 1 é poesia. Enquanto a narração da Última Ceia é relato histórico. Este devo entender ao pé da letra, enquanto aquele outro não o posso.

Antes de ler um livro da Bíblia é necessário se informar do seu gênero literário, a fim de entender os critérios de redação adotados pelo autor. Tal informação pode ser obtida nas introduções que as edições bíblicas apresentam para cada livro sagrado.

Pergunta-se ainda: se a Bíblia é toda inspirada, como se pode explicar as "contradições" e "erros" que ela contêm? Afinal Deus existe como afirma Jo 1,18 ou não existe como afirma Sl 52(53), 1 ? O sol parou, conforme Js 10,12-14 e Is 38,7s? De Abraão a Jesus houve apenas 42 gerações (Mt 1,17) ? Afinal o maná, era insípido e pouco atraente (Nm 11,4-9) ou saboroso (Sb 16,20s) ?

Responde-se: A Bíblia é isenta de erros em tudo aquilo que o hagiógrafo como tal afirma e no sentido em que o hagiógrafo entendeu.

Portanto, em outras palavras, para obtermos a mensagem isenta de erros devemos verificar se é algo afirmado pelo próprio hagiógrafo, ou se ele afirmou em nome de outrem e qual o gênero que ele adotou.

Voltando aos casos apontados: Em Jo 1,18 o hagiógrafo, como tal, é quem afirma que Jesus revelou Deus Pai. Mas no salmo 52(53), 1, o hagiógrafo apenas afirma (com plena veracidade) que o insensato nega a existência de Deus. O insensato erra ao negar, o salmista apenas verifica o fato. A "parada do sol" está dentro de um contexto de poesia lírica, onde "estacionamento do sol" quer dizer "escurecimento da atmosfera, clima de tempestade de granizo". Josué pediu a Deus essa tempestade, a qual é relatada em Js 10,11. Os demais casos se enquadram no uso do gênero literário do midraxe.

Midraxe é uma narração de fundo histórico, ornamentada pelo autor sagrado para servir à instrução teológica. O autor conta o fato de modo a destacar o valor ou o significado religioso deste fato. Sua intenção não é a de um cronista, mas a de um catequista ou teólogo. O caso do maná: em Nm há uma narração de cronista, enquanto em Sb é apresentado o sentido teológico do maná num midraxe. O maná era saboroso não por seu paladar, mas por ser o penhor da entrada do povo na Terra Prometida. As 42 gerações relatadas entre Abraão e Jesus visa destacar a simbologia do número 42 (3 x 14): em Cristo se cumpre todas as promessas feitas a Israel, é o Consumador da obra de Davi.

Ao meditarmos a Bíblia, oremos como Santo Agostinho: "Faze-me ouvir e descobrir como no começo criaste o céu e a terra. Assim escreveu Moisés, para depois ir embora, sair deste mundo. Agora não posso interrogá-lo. Se pudesse, eu lhe imploraria para que me explicasse estas palavras. Mas não posso interrogá-lo. Por isso dirijo-me a Ti, Verdade, Deus meu, de que estava ele possuído quando disse coisas verdadeiras. E Tu, que concedeste a teu servo enunciar estas coisas verdadeiras, concede também a mim compreendê-las." (Confissões XI 3,5)

"Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular. Nenhuma foi proferida pela vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus" (2Pd 1,20-21)

Fonte: Apostila do Mater Ecclesiae: Curso Bíblico.




domingo, 12 de setembro de 2010

A Real Presença de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santissímo Sacramento

Sabemos que Nosso Senhor Jesus Cristo está realmente presente, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, no Santíssimo Sacramento, sob a aparência de pão e vinho. Sabemos disso porque a Igreja nos ensina, e porque a Bíblia também o diz.
Vejamos:

No capítulo 6 do Evangelho de São João, vemos Nosso Senhor Jesus Cristo fazendo uma série de coisas preparatórias para o Seu discurso sobre a Eucaristia: primeiro Ele faz o milagre da multiplicação dos pães (Jo 6,5-13), mostrando assim Sua capacidade de modificar miraculosamente as coisas criadas, mais exatamente o pão. Em seguida, Ele caminha por sobre as água (Jo 6,19-20), mostrando Seu controle sobre o Seu próprio Corpo. Estando então demonstradas estas Suas capacidades, Ele faz o Seu discurso eucarístico (Jo 6,27-59).

Ele inicia este discurso afirmando que devemos buscar não a comida que perece (isto é, os alimentos do dia a dia), mas aquela que dura até a Vida Eterna, que Ele nos dará (Jo 6,27). Em seguida Ele trata do maná, prefiguração da Eucaristia, e afirma com todas as letras que o maná não era o verdadeiro Pão dos Céus; o verdadeiro Pão dos Céus é Ele (Jo 6,31-40).


Os judeus, porém, não acreditaram, e começaram a murmurar contra Ele. Ele então reafirma ser Sua Carne o verdadeiro pão dos Céus (Jo 6,41-51). Os judeus, então, ficam completamente escandalizados, e perguntam como Ele poderia dar a Sua Carne a comer. Note-se que o verbo que é usado na pergunta deles, no Evangelho segundo S. João, é o verbo "phagein" (comer, deglutir). Nosso Senhor então responde reafirmando o que já dissera, usando porém palavras ainda mais fortes. Ele diz que quem não comer a Sua Carne e não beber o Seu Sangue não terá a vida eterna, e afirma que Sua Carne é verdadeiramente uma comida e Seu Sangue verdadeiramente uma bebida (Jo 6, 52-59). O verbo que é usado nesta resposta não é mais o verbo "phagein", mas o verbo "trogô", que significa mastigar, dilacerar com os dentes. Ele está mostrando que não é uma parábola, não é um simbolismo. É, como Ele diz, "verdadeiramente uma comida" e "verdadeiramente uma bebida"(Jo 6,55), que deve ser mastigada, dilacerada com os dentes.


Muitos daqueles que O seguiam, então, não suportaram as palavras de Nosso Senhor. Ele, porém, não retirou o que dissera. Afirmou, ao contrário, que é o "espírito" (as palavras que dissera - Jo 6,60-65) que vivifica, não a "carne" (as opiniões das pessoas apegadas ao mundo). Muitos dos que antes O seguiam, então, se retiraram e não mais andaram com Ele, por não suportarem Seu ensinamento sobre a Eucaristia. Note-se, como curiosidade, que o versículo que conta isso (Jo 6,66) é o único versículo "666" de todo o Novo Testamento...


Os Apóstolos também receberam então de Nosso Senhor um ultimato: ou aceitavam Suas palavras ou iam embora também eles. São Pedro, o primeiro Papa, falando em nome de toda a Igreja, disse então que não se afastariam d'Ele.


O Evangelho segundo S. João, onde lemos este belo e forte discurso do Senhor, é o único Evangelho que não traz a narrativa da instituição da Eucaristia. Por que isso acontece? Porque S. João o escreveu muito depois dos outros Evangelhos (por volta do ano 90 d.C.); a narração da instituição da Eucaristia já era conhecida por todos os cristãos. Era, porém, necessário reafirmar a verdadeira Doutrina ensinada por Cristo acerca de Sua Carne e Seu Sangue, pois havia já naquele tempo hereges que negavam o valor da Eucaristia. A estes respondia S. João.


Nas narrativas da instituição da Eucaristia (Mt 26,26s; Mc 14,22s; Lc 22,19s; I Cor 11,23s) vemos que Nosso Senhor disse que o Pão e o Vinho são Seu Corpo e Seu Sangue ("Isto é Meu Corpo; Isto é o cálice do Meu Sangue). Teria sido perfeitamente possível, dada a riqueza da sofisticada língua grega em que foram escritos os Evangelhos, escrever "isto significa", ou "isto representa". Não é porém isto o que está escrito. Está escrito que "isto é" o Corpo e o Sangue de Cristo. Esta é também, evidentemente, a Fé pregada por São Paulo, quando escreve aos Coríntios que "todo aquele que comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, tornar-se culpado do corpo e do sangue do Senhor... Pois quem come e bebe sem fazer distinção de tal corpo, come e bebe a própria condenação? ( I Cor 11,27-29 ).


É evidente que o Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo é um acontecimento único, que não precisa jamais ser repetido. Na Santa Missa, não há repetição do Sacrifício; Nosso Senhor não é imolado de novo. A Sua imolação única, porém, passa a estar novamente presente, por graça de Deus, para que possamos, nós também, receber seus frutos quase dois mil anos depois. Note-se que quando Deus mandou sacrificar o Cordeiro da Páscoa no Egito e marcar as portas com seu sangue, Ele também mandou comer da carne do Cordeiro (Ex 12). Ora, o Cordeiro era figura de Cristo, que é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1,29). Não basta o Sacrifício do Cordeiro; temos também que comer Sua Carne.


Louvado seja sempre Nosso Senhor Jesus Cristo!

Fonte: A Hora de São Jerônimo.


domingo, 5 de setembro de 2010

A Eclesiologia Protestante

"Um só Senhor, uma só fé, um só batismo" (Ef 4,5)

A palavra eclesiologia vem do grego eclesia (=igreja) e logia (=estudo), sendo assim eclesiologia o estudo da Igreja.

Em debate com um pastor protestante, ele me afirmara que "A Igreja Coluna da Verdade é composta por todos os salvos pelo sangue de Jesus, independente das divisões doutrinárias".

O protestantismo prega uma Igreja invisível, que abriga várias doutrinas até mesmo contraditórias entre si; que o importante é "aceitar Jesus". Mas será que há verdade na eclesiologia protestante?

O Santo Apóstolo Paulo nos ensina que Deus ressucitou Cristo dos Mortos "pondo-o à sua direita nos céus" (Ef 1,20) e "o constituiu como cabeça da Igreja. Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos" (Ef 1,22-23).

E como uma Igreja invisível que abriga verdades até mesmo excludentes, pode ser "corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos", o reflexo perfeito da verdade única (Jo 14,6) que é Cristo?

A Igreja ensinada pelos protestantes é falsa, formada de baixo para cima, formada por homens, e não por Cristo; invisível, sem governo e hirarquia.

E com é a Igreja verdadeira?

1. É visível. Cristo fundou uma Igreja visível, "que não pode se esconder" e a compara a "uma cidade edificada sobre um monte" (Mt 5,14), portanto bem visível a todos. A visibilidade da Igreja não está em seus prédios, mas em seu governo, sua hierarquia.

2. É única. A Igreja de Cristo confessa "Um só Senhor, uma só fé, um só batismo" (Ef 4,5).

3. É Católica. Católica quer dizer universal. Ela é universal pois está no mundo inteiro, em todas as nações, como ordenou nosso Senhor: "Portanto, ide, ensinai a todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19).

4. É Apostólica. Pois guarda a tradição dos apóstolos (At 2,42) e a sucessão regular dos bispos, dos apóstolos até os bispos atuais.

5. É Romana. Foi necessário para o desenvolvimento do Cristianismo a transferência da sede de Jerusalém para Roma. São Pedro escreve sua primeira epístola como Bispo de Roma; o pseudônimo para Roma é Babilônia (1Pd 5,13).

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Seja fiel ao que Deus lhe pede

Nós trazemos a graça da ressurreição para nossas famílias quando fazemos a vontade de Deus, por mais difícil que seja. Foi o que aconteceu comigo. Pela vocação, tive de “deixar” minha casa e o Senhor mudou tudo na minha família. Ele foi fiel!

As vocações são diferentes: uns saem para seguir o chamado de Deus. Outros ficam para realizar a missão que Deus lhes confia. Minha vocação foi sair de casa para enfrentar o seminário e hoje ser padre. Mas, se a sua vocação é ficar na sua casa como pai e como mãe de família você precisa realizá-la e bem. Saiba: a ressurreição virá à sua casa e as coisas serão transformadas, como aconteceu na minha casa. Deus Pai cuidou e cuida da minha família. O Senhor nos fez importantes um para o outro, por sermos irmãos. Feliz é aquela família na qual Deus está e se faz presente.

Eu coloquei o pouco que eu tinha nas mãos de Deus e Ele o multiplicou. Ele devolveu o cêntuplo a mim e a minha família. Pelos meus irmãos e irmãs, pelo meu pai e minha mãe eu só posso dar graças a Deus. Ele ainda me deu uma família tão vasta como as areias da praia do mar: toda a Canção Nova e uma multidão de pessoas que me têm como pai. O Senhor cumpre Suas promessas. Agradeço por aquilo que Ele fez a partir do meu "sim".

Seja fiel ao que o Senhor lhe pede; com certeza, Ele também será fiel a você.

O céu é o prêmio para todos os que seguem corajosamente a própria vocação. Este é o prêmio definitivo. O Senhor, porém, não espera que cheguemos lá para receber a recompensa. Pelo contrário, Ele mesmo nos promete o cêntuplo ainda nesta vida.

(Trecho do livro "Vocação: um desafio de amor" de monsenhor Jonas Abib)

Monsenhor Jonas Abib

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Dia dos Pais !!!

Ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem uma origem bem semelhante ao Dia das Mães,
e em ambas as datas a idéia inicial foi praticamente a mesma:
criar datas para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram a vida.

Conta a história que em 1909, em Washington, Estados Unidos, Sonora Louise Smart Dodd, filha do veterano da guerra civil, John Bruce Dodd, ao ouvir um sermão dedicado às mães, teve a idéia de celebrar o Dia dos Pais. Ela queria homenagear seu próprio pai, que viu sua esposa falecer em 1898 ao dar a luz ao sexto filho, e que teve de criar o recém-nascido e seus outros cinco filhos sozinho. Algumas fontes de pesquisa dizem que o nome do pai de Sonora era William Jackson Smart, ao invés de John Bruce Dodd.

Já adulta, Sonora sentia-se orgulhosa de seu pai ao vê-lo superar todas as dificuldades sem a ajuda de ninguém. Então, em 1910, Sonora enviou uma petição à Associação Ministerial de Spokane, cidade localizada em Washigton, Estados Unidos. E também pediu auxílio para uma Entidade de Jovens Cristãos da cidade. O primeiro Dia dos Pais norte-americano foi comemorado em 19 de junho daquele ano, aniversário do pai de Sonora. A rosa foi escolhida como símbolo do evento, sendo que as vermelhas eram dedicadas aos pais vivos e as brancas, aos falecidos.

A partir daí a comemoração difundiu-se da cidade de Spokane para todo o estado de Washington. Por fim, em 1924 o presidente Calvin Coolidge, apoiou a idéia de um Dia dos Pais nacional e, finalmente, em 1966, o presidente Lyndon Johnson assinou uma proclamação presidencial declarando o terceiro domingo de junho como o Dia dos Pais (alguns dizem que foi oficializada pelo presidente Richard Nixon em 1972).

No Brasil, a idéia de comemorar esta data partiu do publicitário Sylvio Bhering e foi festejada pela primeira vez no dia 14 de Agosto de 1953, dia de São Joaquim, patriarca da família.

Sua data foi alterada para o 2º domingo de agosto por motivos comerciais, ficando diferente da americana e européia.

Em outros países

Pelo menos onze países também comemoram o Dia dos Pais à sua maneira e tradição.

Na Itália e Portugal, por exemplo, a festividade acontece no mesmo dia de São José, 19 de março. Apesar da ligação católica, essa data ganhou destaque por ser comercialmente interessante.

Reino Unido - No Reino Unido, o Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho, sem muita festividade. Os ingleses não costumam se reunir em família, como no Brasil. É comum os filhos agradarem os pais com cartões, e não com presentes.

Argentina - A data na Argentina é festejada no terceiro domingo de junho com reuniões em família e presentes.

Grécia - Na Grécia, essa comemoração é recente e surgiu do embalo do Dia das Mães. Lá se comemora o Dia dos Pais em 21 de junho.

Portugal - A data é comemorada no dia 19 de março, mesmo dia que São José. Surgiu porque é comercialmente interessante. Os portugueses não dão muita importância para essa comemoração.

Canadá - O Dia dos Pais canadense é comemorado no dia 17 de junho. Não há muitas reuniões familiares, porque ainda é considerada uma data mais comercial.

Alemanha - Na Alemanha não existe um dia oficial dos Pais. Os papais alemães comemoram seu dia no dia da Ascensão de Jesus (data variável conforme a Páscoa) . Eles costumam sair às ruas para andar de bicicleta e fazer piquenique.

Paraguai - A data é comemorada no segundo domingo de junho. Lá as festas são como no Brasil, reuniões em família e presentes.

Peru - O Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho. Não é uma data muito especial para eles.

Austrália- A data é comemorada no segundo domingo de setembro, com muita publicidade.

África do Sul - A comemoração acontece no mesmo dia do Brasil, mas não é nada tradicional.

Rússia - Na Rússia não existe propriamente o Dia dos Pais. Lá os homens comemoram seu dia em 23 de fevereiro, chamada de "o dia do defensor da pátria" (Den Zaschitnika Otetchestva).

Independente do seu lado comercial, é uma data para ser muito comemorada, nem que seja para dizer um simples "Obrigado Papai" !

Anderson

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Pensamento !!!

"Desejemos e pratiquemos a oração não a fim de nos satisfazer, mas termos força no serviço de Deus."

(Santa Teresa de Jesus)

domingo, 25 de julho de 2010

Igreja !!!

Olá segue endereço de site para conhecermos melhor a Igreja,vários artigos interessantes ,bom para estudos também .

http://www.tradicaocatolica.com.br/

Anderson Ricardo

Votar Bem !!!

Boa Tarde

Paz e Bem !!!

Segue link abaixo para acesso a documento divulgado pela CNBB ,com orientações sobre o voto , vale a pena acessar .

http://www.cnbb.org.br/site/images/stories/VOTAR_BEM.pdf

Anderson

quarta-feira, 30 de junho de 2010

AS EXIGÊNCIAS DO SEGUIMENTO DE JESUS

No último Domingo, 25 de junho, a liturgia da Palavra nos apresentou o Evangelho de Lc 9, 51-62. Este episódio do evangelho de Lucas se dá no contexto da subida de Jesus para Jerusalém. É um texto muito interessante para refletirmos sobre o amor de Jesus por nós; as condições do seguimento e o prêmio para os que perseveram.

Em primeiro lugar o versículo 51 afirma que aproximavam-se os dias da subida de Jesus. Esta subida tanto pode ser sua ascensão aos céus quanto sua subida para Jerusalém, o lugar onde o sacrifício deveria ser oferecido. André Chouraqui, em sua tradução do evangelho de Lucas segundo a concepção hebraica, afirma na nota explicativa a este versículo: “sua subida: o termo evoca em hebraico não apenas a subida da estrada que conduz a Jerusalém, mas também o sacrifício de ‘ola, o holocausto, que evoca a subida do homem e do animal ao altar do sacrifício”.

Jesus, portanto, sobe a Jerusalém para oferecer o sacrifício, coroar sua passagem pela terra com o gesto máximo de amor à humanidade e obediência ao Pai. Ele sobe para sacrificar, mas não como faziam os judeus que imolavam cordeiros, cabritos e novilhos. Ele sobe para imolar-se a si mesmo por nós. Ele, como afirma o prefácio da Oração Eucarística, revela-se, ao mesmo tempo, sacerdote, altar e cordeiro. Este gesto de Jesus, que selará a Nova e Eterna Aliança no seu sangue, nos faz lembrar as palavras de Paulo aos Gálatas: “Me amou e se entregou por mim” (Gl 2,2).

No trajeto da Galiléia para Jerusalém, Jesus e seus discípulos deveriam passar pela Samaria, mas eis que não querem dar-lhe hospedagem. Isto se deve ao fato de que judeus e samaritanos não se dão, pois estes últimos eram contra a pretensão de Jerusalém de ter a hegemonia religiosa, e afirmavam que Deus deveria ser adorado no Monte Garizim. Por conta desta disputa os samaritanos não dão hospedagem a Jesus, julgando ser ele um peregrino judeu em viagem para Jerusalém (v. 53).

Diante deste episódio, dois discípulos, Tiago e João, também chamados em Mc 3,17 de “Boanerges” ou “filhos do trovão” por causa do temperamento forte, perguntam a Jesus se ele quer que façam descer fogo do céu para consumir os samaritanos (v. 54). Lucas afirma que Jesus os repreendeu (v. 55).

Que lição pode-se tirar deste episódio? Jesus mostra a Tiago e João – os quais provavelmente se recordaram do episódio acontecido com Elias e os soldados que queriam prendê-lo, os quais foram consumidos por um fogo vindo do céu (2Rs 1,10) – que os poderes dados a eles estão a serviço do Reino, da pregação da Palavra e não de desejos pessoais ou vingança. Jesus mostra também que veio ao mundo para que o mundo seja salvo por Ele (Jo 3,17) e que não deseja conquistar com base na força, no poder ou no medo, mas pelo amor. É assim que o Senhor quer conquistar nossos corações: pelo amor. Este amor é demonstrado de modo máximo e sublime na cruz.

Ao continuar o caminho, Jesus se depara com alguém que, aparentemente cheio de entusiasmo, afirma que O seguirá onde quer que Ele vá (v. 57). A iniciativa aqui é do homem. Mas a resposta de Jesus surpreende: “As raposas têm suas tocas, os pássaros tem seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (v. 58). O que Jesus nos ensina com esta resposta?

Aqueles que o procuram para obter ganhos, estabilidade e recompensas neste mundo, se equivocam. O próprio Filho do Homem, embora contasse com a sua casa em Nazaré e a hospitalidade de amigos como Marta, Maria e Lázaro, vive em constante peregrinação, pois é urgente anunciar o Reino de Deus. Ele coloca a missão em primeiro lugar, a vontade do Pai é que o guia. Além disso, Ele não foi bem aceito pelos seus próprios conterrâneos, é rejeitado pelos samaritanos, será maltratado e desprezado pelos judeus e sofrerá a morte de cruz. Aquele que se dispõe a segui-Lo deverá saber que poderá ter o mesmo destino que o Mestre, deverá entregar-se a Ele de corpo e alma, deverá desprender-se e não esperar recompensas mundanas. De fato Ele nos diz: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).

Num outro momento a iniciativa é de Jesus que chama: “Segue-me” (v. 59). Ao que o homem responde que deve primeiro sepultar o pai. Jesus mostra-lhe a urgência no anúncio do Reino, o qual deve vir em primeiro lugar, acima dos laços familiares e obrigações da Lei. Além disso, o discípulo de Jesus é portador de anúncio que supera a morte física, o anúncio da ressurreição e da vida eterna.

Num terceiro momento, novamente alguém pede para segui-Lo, mas quer primeiro despedir-se da família. Quando Elias ungiu Eliseu, permitiu a este ir despedir-se de sua família (1Rs 19,19-21). Jesus é mais exigente que Elias. O Reino de Deus exige dedicação incondicional e urgente. Jesus não desconsidera a realidade da família e seu valor, mas coloca que o Reino de Deus vem em primeiro lugar. Ele afirma, de fato, que devemos buscar primeiro o Reino de Deus (Mt 6,33). Além disso, aquele que faz a experiência da fé olha para frente e faz a experiência de uma novidade de vida. Deixa para trás o passado e lança-se, na esperança e confiança, na direção da vida nova: “Portanto, se alguém está em Cristo, é criatura nova. O que era antigo passou, agora tudo é novo” (2Cor 5,17). E ainda: “Uma coisa, porém, faço: esquecendo o que fica para trás, lanço-me para o que está à frente. Lanço-me em direção à meta, para conquistar o prêmio que, do alto, Deus me chama a receber no Cristo Jesus” (Fl 3,13-14).

A resposta de Jesus ao v. 62: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus”, aponta ainda para a importância do compromisso que empenha a vida por inteiro. Pôr a mão no arado e olhar para trás pode ser visto ainda como inconstância, saudade da vida anterior ao chamado do Senhor, saudade do pecado, dos vícios, enfim, do “homem velho”. Olhar para trás implica não estar plenamente convencido, não estar plenamente comprometido com o Senhor e seu Reino. Infelizmente são tantos os que vivem olhando para trás... É importante lembrarmo-nos destas palavras: “Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10,22 e 24,13).

O Senhor nos quer por inteiro. A Ele – que nos amou primeiro, que foi capaz de enfrentar tanto desprezo, injustiça e sofrimento por nós, que foi capaz de dar a própria vida para que na Sua morte a nossa fosse destruída – devemos, como resposta de amor, dar o nosso coração por inteiro. Ele se ofereceu inteiramente por nós na cruz, Ele se oferece por inteiro a nós na Eucaristia, por que darmos a Ele somente parte de nós? Àquele que por amor se dá a nós por inteiro, entreguemo-nos também por inteiro. Ele nos diz: “Ao vencedor farei sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci e estou sentado com meu Pai no seu trono” (Ap 3,21).

A paz de Cristo esteja com todos vocês!

Pe. Edilson de Souza Silva

Diocese de São Miguel Paulista

terça-feira, 15 de junho de 2010

Betesda Sacramento da Reconciliação !!!

De Adão a Cristo !


Deus não tem fronteiras para transformar corações

Cada vez mais eu me convenço de que a arte é um processo redentor. Redenção é esta experiência que podemos fazer de ser retirados de um lugar inferior e ser colocados num lugar nobre. É ser levados da condição "Adâmica" à condição "Crística". Deus tira o ser humano da miséria do pecado e o leva à redenção. O Gênesis é uma história contada de forma metafórica para que entendamos uma verdade que não pode ser compreendida com facilidade. A história de Adão e Eva nos mostra o início do processo redentor, pois o início da nossa redenção está no contato do ser humano com a sua fragilidade, que acontece com a primeira queda.

Quando olhamos para uma criança recém-nascida e um padre nos explica que aquele bebê é pecador, é difícil de entendermos isso, pois é uma criança e não nos passa uma imagem de pecado pela inocência que traz em si. O contexto do pecado original se dá quando temos a consciência de que a criança nasceu da raiz "Adâmica" e não porque ela tenha atos pecaminosos; se eu sou humano, eu sou marcado pelo limite original por fazer parte dessa raiz. Limite é quando sabemos que temos condições precárias. O nosso corpo, por exemplo, tem limites, nossa pele tem limites, pois se nos expormos ao sol forte vamos nos queimar além do limite.

O conceito de limite não é contrário ao humano, ele lembra que não podemos fazer algo que nos faça mal. O problema é quando desconsideramos o limite, que é próprio de nossa humanidade e isso se torna pecado, ou seja, o pecado entra verdadeiramente na nossa vida no dia em que temos consciência dos limites da nossa vida e mesmo assim nos expomos a eles.

A partir do momento em que eu saio do limite, eu caio no pecado. O primeiro pecado da humanidade foi justamente sair do limite. O paraíso é um lugar que foi cercado para que ninguém se perdesse, pois Deus estava ali, é o lugar do encontro, não é prisão. Delimitar o espaço é você proporcionar a alguém a experiência do encontro. Portanto, se você realmente deseja ajudar alguém a chegar a algum lugar, você vai se empenhar em limitar ao máximo a informação que você dá a essa pessoa; mas aí é que está o perigo, quando nós pedimos a informação para alguém que não está muito feliz ou não está muito desejoso de que a gente chegue ao destino.

O primeiro pecado, a queda original, aconteceu porque alguém não compreendeu o conceito de limite, não compreendeu o espaço delimitado e se perdeu. O conceito de limite está cada vez mais claro dentro de nós e por isso seremos mais exigidos, como Deus nos diz: “Quanto mais for dado, muito mais será exigido”.

Jesus nos diz que é impossível viver servindo a dois senhores. Não é possível viver duas realidades que naturalmente não se conciliam. Seus limites precisam ser aclarados, nós precisamos cada vez mais saber sobre o que nós podemos e o que não podemos. O que Cristo realiza na condição de Adão atinge a todos nós, a "cristificação" do universo está acontecendo em nós agora, mas só tomamos posse disso quando estabelecemos o limite do nosso território, quando reconhecemos o nosso paraíso e tomamos conta dele.

O papel do artista de hoje é anunciar as belezas do paraíso, as belezas do limite. É transformar a pedra em ouro, é devolver a graça ao desgraçado; é devolver o sorriso a quem não sabe mais sorrir. Eu estou cada vez mais assustado com o que apresentam às nossas crianças como arte. Se você não fechar as portas do seu paraíso para aquilo que eles oferecem como forma de entretenimento, você terá grandes problemas com seus filhos à medida que eles forem crescendo. O tipo de arte secular que hoje é oferecido a nós e às nossas crianças não molda caráter de ninguém, por isso, devemos ter cuidado com aquilo que deixamos entrar em nossas casas, pois nossos paraísos estão sendo ameaçados continuamente.

Quantas coisas vemos por aí que nos parecem inocentes, mas não o são. Precisamos fazer o exercício diário de analisar aquilo que entra em nossas casas. Será que estamos fazendo o esforço necessário para chegar à Glória do Cristo? Você pega uma criança e tudo o que você fala a ela, as danças que ela aprende e as coisas que ela vê de nós vão sendo registradas na mente dela.

Precisamos saber que é necessário, a cada dia, preservar o nosso encontro com o Senhor, pois se não vivemos esta transição de Adão para o Cristo, o que não será fácil, nos perdemos pelo caminho. Quando o "Adão" vence dentro de nós ou quando "Eva" vence dentro de nós, sabemos muito bem quais são os efeitos disso em nós. Mas quando o Cristo vence dentro de nós, podemos experimentar coisas maravilhosas. Quando olhamos para o que éramos e para o que Cristo nos tornou hoje, vemos a ponte que já atravessamos.

O bom é que sempre teremos duas figuras para observar, podemos perceber o quanto que nós conseguimos ser iguais a Adão e isso não requer esforços. Agora se você colocar ao lado de Adão a condição de Jesus, o jeito como Cristo viveu, o que Ele falava, a maneira como que Ele via as coisas, aí você verá a diferença, e para ser igual a Ele dá trabalho.

Deus não tem fronteiras para transformar corações, Ele não precisa de tempo para transformar nossos corações. A qualquer tempo, a qualquer hora Ele pode nos transformar, pode nos convencer de sairmos da condição de "Adão" ou da condição de "Eva". A condição "Crística" é como uma pedra preciosa e se nós não enfiarmos as mãos nesta terra, se nós não enfiarmos a mão neste "barro de Adão", nunca iremos conseguir retirar esta pedra. Vamos morrer possuindo uma riqueza, mas sem tê-la nas mãos.

Que tudo aquilo que for falado, que tudo aquilo que for ritualizado nos leve ao Cristo, nosso destino é o Cristo, é para Ele que fomos feitos e n'Ele que precisamos ser reconfigurados. A arte é o desafio de tirarmos os pesos que pesam sobre a humanidade, é o alívio de Deus na experiência humana. É ter a possibilidade de proclamar com o corpo e com a arte que Deus é redentor e que o limite estabelecido é o lugar onde a redenção acontece.

O que hoje você poderia pedir que Deus modificasse em você? Qual é a arte que Deus poderia fazer em você hoje? Nós, muitas vezes, somos como uma pedra, um mármore que precisa ser talhado. Hoje o Senhor está aqui e quer nos atingir, quer tirar de nós todos os "excessos", todas as "arestas" que fazem com que nos esbarremos sem alcançar aquilo de que precisamos.

O seu caminho é o Cristo, o seu destino é o Cristo!

Pe. Fábio de Melo

sexta-feira, 11 de junho de 2010

CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Carta aos agentes de música litúrgica do Brasil

Brasília-DF, 25 de setembro de 2008

ML – C – Nº 0845/08

A liturgia ocupa um lugar central em toda a ação evangelizadora da Igreja. Ela é o “cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de onde emana toda a sua força” (SC 10). Nela, o discípulo realiza o mais íntimo encontro com seu Senhor e dela recebe a motivação e a força máximas para a sua missão na Igreja e no mundo (cf. DGAE nº 67).

Há uma relação muito profunda entre beleza e liturgia. Beleza não como mero esteticismo, mas como modalidade pela qual a verdade do amor de Deus em Cristo nos alcança, fascina e arrebata, fazendo-nos sair de nós mesmos e atraindo-nos assim para a nossa verdadeira vocação: o amor (cf. SCa 35). Unida ao espaço litúrgico, a música é genuína expressão de beleza, tem especial capacidade de atingir os corações e, na liturgia, grande eficácia pedagógica para levá-los a penetrar no mistério celebrado.

Acompanhamos, com entusiasmo e alegria, o florescer de grupos de canto e música litúrgica, grupos instrumentais e vocais, que exercem o importante ministério de zelar pela beleza e profundidade da liturgia através do canto e da música. Sua animação e criatividade encantam muitos daqueles que participam das celebrações litúrgicas em nossas comunidades. Ao soar dos primeiros acordes e ao canto da primeira nota, sentimos mais profundamente a presença de Deus.

Lembramos alguns aspectos importantes que contribuem para a grandeza do mistério celebrado.

1. A importância da letra na música litúrgica - a letra tem a primazia, a música está a seu serviço. A descoberta da beleza de um canto litúrgico passa necessariamente pela análise cuidadosa do conteúdo do texto e da poesia. A beleza estética não é o único critério. Muitas músicas cantadas em nossas liturgias estão distanciadas do contexto celebrativo. “Verdadeiramente, em liturgia, não podemos dizer que tanto vale um cântico como outro; é necessário evitar a improvisação genérica e o canto deve integrar-se na forma própria da celebração” (SCa 42). Não é possível cantar qualquer canto em qualquer momento ou em qualquer tempo. O canto “precisa estar intimamente vinculado ao rito, ou seja, ao momento celebrativo e ao tempo litúrgico” (DGAE 76). Antes de escolher um canto litúrgico é preciso aprofundar o sentido dos textos bíblicos, do tempo litúrgico, da festa celebrada e do momento ritual.

2. A participação da assembléia no canto - o Concílio Vaticano II enfatiza a participação ativa, consciente, plena, frutuosa, externa e interna de todos os fiéis (cf. SC 14). O canto litúrgico não é propriedade particular de um cantor, animador, ou de um seleto grupo de cantores. A liturgia permite alguns momentos para solos (tanto vocais quanto instrumentais), porém a assembléia deve ter prioridade na execução dos cantos litúrgicos. O animador ou o cantor tem a importante missão, como elemento intrínseco ao serviço que presta à comunidade, de favorecer o canto da assembléia, ora sustentando, ora fazendo pequenos gestos de regência, contribuindo para a participação ativa de toda a comunidade celebrante.

3. Cuidado com o volume dos instrumentos e microfones - em muitas comunidades, o excessivo volume dos instrumentos, como também a grande quantidade de microfones para os cantores, às vezes, não contribuem para um mergulho no mistério celebrado, antes, provocam a agitação interior e a dispersão, além de inibir a participação da assembléia no canto. Pede-se cuidado com o volume do som, a fim de que as celebrações sejam mais orantes , pois tudo deve contribuir para a beleza do momento ritual.

4. Cultivar uma espiritualidade litúrgica - os cantores e instrumentistas exercem um verdadeiro ministério litúrgico (SC 29). A celebração não é um momento para fazer um show, para apresentação de qualidades e aptidões. Os cantores e instrumentistas devem, antes de tudo, mergulhar no mistério, ouvir e acolher com a devida atenção a Palavra de Deus e participar intensamente de todos os momentos da celebração. Música litúrgica e espiritualidade litúrgica devem andar juntas, são duas asas de um mesmo vôo, duas nascentes de uma mesma fonte.

Invocamos as luzes do Espírito Santo sobre todos os agentes de música litúrgica de nosso país. Reconhecemos o valoro do ministério exercido a serviço de celebrações reveladoras da beleza suprema do Deus criador e da atualização do Mistério Pascal de Jesus Cristo.

D. Joviano de Lima Júnior, SSS

Arcebispo de Ribeirão Preto e

Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia

domingo, 6 de junho de 2010

O valor de um abraço !

Gestos concretos favorecem o desenvolvimento físico

Sempre e de alguma forma, no reino animal, os filhotes, ao nascerem, são cercados de cuidados, de atenção e proteção. Os gatinhos, cachorrinhos, leõezinhos, entre outros, recebem várias lambidas de suas mães, e estas os aconchegam junto de si aquecendo-os. As aves colocam seus filhotes embaixo de suas asas; outras mães entregam os seus filhos aos cuidados dos pais e partem em busca de alimento para o sustento deles [filhotes]. Conforme esses animais vão se desenvolvendo estes cuidados vão diminuindo, até que os filhotes se tornem capazes de lutar pela própria sobrevivência; no entanto, alguns continuam vivendo junto de seu bando.

Um pouco diferente dos nossos amigos animais, parece-nos que as pessoas necessitam constantemente deste calor humano. Diversas pesquisas revelam que o contato físico, o toque, o olhar e a proteção, transmitidos por gestos concretos, favorecem o desenvolvimento físico, psíquico e espiritual do ser humano.

Spitz, em suas pesquisas com bebês institucionalizados, com ou sem a presença de suas mães, chega à conclusão de que aqueles que não são trazidos ao colo para ser amamentados e que são deixados por longo período sozinhos em seus berços desenvolvem o que ele chama de "marasmo", um estado de letargia, de não expressão e podem até chegar a óbito precoce, sem causa específica.

Winnicott, ao estudar crianças abandonadas, órfãs da Segunda Guerra Mundial, observa que o nível de delinquência e agressividade é altíssimo entre elas. Entretanto, pesquisas atuais revelam que crianças em condições semelhantes às estudadas pelo psicanalista [Winnicott], mas que receberam auxílio por intermédio de pessoas que as acolheram, dispensando-lhes cuidados físicos e emocionais, desenvolveram habilidades sociais, perspectivas de um futuro construtivo e força para enfrentar as adversidades oferecidas pela vida, de forma a se tornarem pessoas mais humanas e altruístas.

A pesquisadora americana Tiffany Field demonstra, a partir de suas pesquisas, que o toque, o contato físico, além de aliviar o estresse e a ansiedade, também diminui a criminalidade. A privação do contato físico causa diversos distúrbios emocionais e de sono, abuso de álcool e drogas. A falta de sono leva à irritabilidade, a qual afeta o sistema imunológico e favorece o aparecimento de diversas doenças, entre elas: diarréias, prisão de ventre e infecções respiratórias.

A partir desses fatos basta nos perguntarmos: como estou me relacionando com as pessoas, principalmente com as mais próximas? Eu já abracei alguém hoje? Liguei para alguém a fim de saber como ele está?

Se não, não perca tempo, abrace, beije, brinque, acaricie, sorria … Você não se arrependerá e viverá mais, feliz e saudável.

Mara S. Martins Lourenço
maralourenco@geracaophn.com
Psicóloga e Membro da Comunidade de Aliança Canção Nova

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Corpus Christi !

Esta semana nos convida a viver com mais intensidade o Mistério da Eucaristia, que é fonte e cume de nossa vida, de nossa espiritualidade. Esta pedagogia da liturgia da Igreja nos ensina a abraçar o mistério de nossa fé, depois de vivermos a tempos atrás o Mistério de Jesus na sua paixão, morte e ressurreição, celebramos a semana retrasada a Festa de Pentecostes e Domingo passado A Santíssima Trindade e na próxima quinta-feira 03 de Junho O Mistério de Cristo presente na Eucaristia.

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII. A Santa Igreja sentiu necessidade de realçar a presença real do “Cristo todo” no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. Aconteceu, porém, que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.

O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.

O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. A ‘Fête Dieu’ (Festa de Deus) começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, com autorização do arcediago para procissão eucarística só dentro da igreja, a fim de proclamar a gratidão a Deus pelo benefício da Eucaristia. Em 1247, aconteceu a 1ª procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica.

O ofício foi composto por São Tomás de Aquino o qual, por amor à tradição litúrgica, serviu-se em parte de Antífonas, Lições e Responsórios já em uso em algumas Igrejas. A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264. O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.

A Eucaristia é um dos sete Sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: “Este é o meu corpo… isto é o meu sangue… fazei isto em memória de mim” (Cf. Lc 22,19-20). Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o Domingo da Santíssima Trindade.

No Brasil

No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais. A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.

A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo. Durante a Missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.

“Aquele que come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,55).

Oremos: Na festa do Teu corpo e sangue
dá-nos Senhor a
certeza da Tua presença
Nos dons eucarísticos!
Na festa da vida,
Que deve ser cada eucaristia,
Ensina-nos Senhor
A comunhão com os irmãos,
Radicada na unidade sacramental.
Ensina-nos que nunca é compreensível
Celebrar o gesto que significa
Sacrifício e dom da vida,
União com Cristo e com os irmãos
E fomentar divisões,
Cultivar discórdias e manter desigualdades!
Impele-nos a viver cada eucaristia
Como atores comprometidos
Convictos da Tua presença
E não como simples espectadores

Minha benção Fraterna.

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.

sábado, 29 de maio de 2010

NOSSA FORÇA ESTÁ EM DEUS !

Diz o livro dos Provérbios (15,30): “Um olhar luminoso alegra a alma; uma boa notícia revigora os ossos”.

Que dizer então desta boa notícia: “Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo” (Mt 4,17) e ainda: “O Reino de Deus está no meio de vós”(Lc 17,21)?

Esta é a notícia que não só nos revigora os ossos, mas a alma. Esta notícia, quando recebida, acreditada e vivida nos ressuscita, nos leva à vida eterna! Quando dizemos que nossa força vem de Deus, estamos afirmando que nossa vida está nEle e que fora dEle não há vida verdadeira! Todos precisamos da força do Alto, do Espírito de Deus, prometido por Jesus para que nossa alma se revigore, para que nossa mente se ilumine, para que nossa vida se transforme! No Dom do Alto está nossa alegria, o sentido de nossa existência, a resposta para nossas perguntas mais inquietantes, a água que sacia nossa sede, o pão que mata nossa fome!

Mas precisamos aprender a confiar, Jesus confiou sempre no Pai, Maria confiou sempre em Deus. Mesmo em meio a atrozes sofrimentos a confiança era mantida, porque aquilo que muitas vezes o mundo julga como fracasso para os filhos de Deus é, na verdade, vitória. O mundo não compreende porque, mesmo em meio a sofrimentos e dificuldades, teimamos em crer. Porque através do Espírito que habita em nós temos a certeza que nossa vida está escondida com Cristo em Deus (Cl 3,3), temos a certeza do triunfo sobre os males em razão da esperança que está reservada para nós, da qual tomamos conhecimento pelo Evangelho (Cl 1,5).

Paulo diz à comunidade de Corinto: “De fato, irmãos, reparai em vós mesmos, os chamados: não há entre vós muitos sábios de sabedoria humana, nem muitos de família nobre. Mas o que para o mundo é loucura, Deus o escolheu para envergonhar os sábios, e o que para o mundo é fraqueza, Deus o escolheu para envergonhar o que é forte. Deus escolheu o que no mundo não tem nome nem prestígio, aquilo que é nada, para assim mostrar a nulidade dos que são alguma coisa. Assim, ninguém poderá gloriar-se diante de Deus” (1Cor 1,26-29). Aqui nos fica claro que o conceito de força que o mundo tem não é o mesmo que o de Deus. De fato, o mundo recebeu o Verbo de Deus encarnado em meio à pobreza e fragilidade, sob os cuidados de um casal de pessoas simples e humildes, mas cheios da graça do Senhor! O próprio Cristo – quem o visse na manjedoura sem os óculos da fé, diria se tratar de uma criança pobrezinha e sem grandes perspectivas para o futuro – se faz humilde e frágil. No entanto, na humildade de Maria Deus demonstrou a força de seu braço, na fragilidade daquela criança nascida em Belém Deus elevou às alturas a dignidade do homem, na cruz ignominiosa Deus fez brotar para nós a salvação, fez da morte brotar a vida!

De um grupo de homens rudes, pescadoresm e muitos sem nenhuma formação, Deus fez os alicerces de sua Igreja – e que ciência e sabedoria naquilo que nos deixaram em seus testemunhos e palavras!

Que tipo de força podemos encontrar em nós mesmos, tão frágeis que somos, feitos de pó? Nossa força está em Deus, é nele que encontramos abrigo, como diz o salmista: “Eu te amo, Senhor, minha força, Senhor, meu rochedo, minha fortaleza, meu libertador; meu Deus, minha rocha, na qual me refugio; meu escudo e baluarte, minha poderosa salvação” (Sl 18, 2-3).

Nele confiou Abraão e tornou-se Pai de um grande Povo, nEle confiou Israel e foi libertado das garras do Faraó, nEle confiou Sansão e, com uma queixada de burro venceu o exército filisteu (Jz 15,9-20), nEle confiou Davi e venceu Golias (1Sm 17, 4-54), nEle confiaram os profetas e foram amparados, nEle confiaram os apóstolos e Paulo nos dá testemunho da fé na força que Cristo nos dá: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4,3).

Qual o objetivo desta força que nos vem do Alto? Para que ela nos é dada? Somente para o nosso consolo?

Sim, o Espírito Santo é o consolador e Deus nos consola em todas as nossas tribulações, mas tribulações sofridas por amor ao Reino, pela fidelidade à Palavra do Senhor, pela constância nos seus ensinamentos, por resistir ao espírito deste mundo, por querer ser coerentes com o Evangelho! Mas esta força nos é dada principalmente para sermos testemunhas de Jesus Cristo! (At 1,8)

A todos nós Jesus dirige o mesmo convite dirigido a Pedro: “Segue-me” – e junto com o sim teremos a cruz, mas lembrados de que, pela força que vem do Alto, após a cruz há a Ressurreição!

Oremos: Vinde Espírito Santo...

Deus abençoe a todos.

Pe. Edilson de Souza Silva

Diocese de São Miguel Paulista.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Solenidade de Pentecostes

arc-pentecostes

No dia de Pentecostes o Espírito Santo desceu com poder sobre os Apóstolos; teve assim início a missão da Igreja no mundo. O próprio Jesus tinha preparado os Onze para esta missão aparecendo-lhes várias vezes depois da sua ressurreição (cf. Act 1, 3). Antes da ascensão ao Céu, ordenou que "não se afastassem de Jerusalém, mas que aguardassem que se cumprisse a promessa do Pai" (cf. Act 1, 4-5); isto é, pediu que permanecessem juntos para se prepararem para receber o dom do Espírito Santo. E eles reuniram-se em oração com Maria no Cenáculo à espera do acontecimento prometido (cf. Act 1,14).

Permanecer juntos foi a condição exigida por Jesus para receber o dom do Espírito Santo; pressuposto da sua concórdia foi uma oração prolongada. Desta forma, encontramos delineada uma formidável lição para cada comunidade cristã. Por vezes pensa-se que a eficiência missionária dependa principalmente de uma programação atenta e da sucessiva inteligente realização mediante um empenho concreto. Sem dúvida, o Senhor pede a nossa colaboração, mas antes de qualquer resposta nossa é necessária a sua iniciativa: é o seu Espírito o verdadeiro protagonista da Igreja. As raízes do nosso ser e do nosso agir estão no silêncio sábio e providente de Deus.

As imagens que São Lucas usa para indicar o irromper do Espírito Santo o vento e o fogo recordam o Sinai, onde Deus se tinha revelado ao povo de Israel e lhe tinha concedido a sua aliança (cf. Êx 19, 3ss). A festa do Sinai, que Israel celebrava cinquenta dias depois da Páscoa, era a festa do Pacto. Falando de línguas de fogo (cf. Act 2, 3), São Lucas quer representar o Pentecostes como um novo Sinai, como a festa do novo Pacto, na qual a Aliança com Israel se alarga a todos os povos da Terra. A Igreja é católica e missionária desde a sua origem. A universalidade da salvação é significativamente evidenciada pelo elenco das numerosas etnias a que pertencem todos os que ouvem o primeiro anúncio dos Apóstolos (cf. Act 2, 9-11).

O Povo de Deus, que tinha encontrado no Sinai a sua primeira configuração, hoje é ampliado a ponto de não conhecer qualquer fronteira de raça, cultura, espaço ou tempo. Diferentemente do que tinha acontecido com a torre de Babel (cf. Jo 11, 1-9), quando os homens, intencionados a construir com as suas mãos um caminho para o céu, tinham acabado por destruir a sua própria capacidade de se compreenderem reciprocamente. No Pentecostes o Espírito, com o dom das línguas, mostra que a sua presença une e transforma a confusão em comunhão. O orgulho e o egoísmo do homem geram sempre divisões, erguem muros de indiferença, de ódio e de violência.

O Espírito Santo, ao contrário, torna os corações capazes de compreender as línguas de todos, porque restabelece a ponte da comunicação autêntica entre a Terra e o Céu. O Espírito Santo é Amor. Mas como entrar no mistério do Espírito Santo, como compreender o segredo do Amor? A página evangélica conduz-nos hoje ao Cenáculo onde, tendo terminado a última Ceia, um sentido de desorientação entristece os Apóstolos. A razão é que as palavras de Jesus suscitam interrogativos preocupantes: Ele fala do ódio do mundo para com Ele e para com os seus, fala de uma sua misteriosa partida e há muitas outras coisas ainda para dizer, mas no momento os Apóstolos não são capazes de carrregar o seu peso (cf. Jo 16, 12). Para os confortar explica o significado do seu afastamento: irá mas voltará; entretanto não os abandonará, não os deixará órfãos. Enviará o Consolador, o Espírito do Pai, e será o Espírito que dará a conhecer que a obra de Cristo é obra de amor: amor d'Ele que se ofereceu, amor do Pai que o concedeu.

É este o mistério do Pentecostes: o Espírito Santo ilumina o espírito humano e, revelando Cristo crucificado e ressuscitado, indica o caminho para se tornar mais semelhantes a Ele, isto é, ser "expressão e instrumento do amor que d'Ele promana" (Deus caritas est 33). Reunida com Maria, como na sua origem, a Igreja hoje reza: "Veni Sancte Spiritus! Vem, Espírito Santo, enche os corações dos teus fiéis e acende neles o fogo do teu amor!".